Safra deve garantir maior oferta de grãos para o mercado interno e ampliar a produção de etanol de milho no Brasil.

A segunda safra de milho no Brasil caminha para um resultado histórico. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção pode alcançar 109 milhões de toneladas, superando em 5,5% o recorde anterior. Esse desempenho é reflexo de boas condições climáticas em parte do país e da expansão da área cultivada, especialmente no Centro-Oeste.

Condições climáticas em agosto

O boletim do Sistema TEMPOCAMPO apontou um cenário de chuvas mais frequentes nas regiões Norte e Sul em agosto, enquanto o Nordeste e parte do Centro-Oeste registraram baixos volumes.

No Paraná, os acumulados variaram de 30 a 120 mm. Já em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul, ultrapassaram os 120 mm, favorecendo a umidade do solo. Em contrapartida, estados como Mato Grosso e Goiás tiveram precipitações abaixo de 30 mm.

As temperaturas também chamaram atenção: máximas acima de 35 °C foram registradas em Tocantins, Maranhão e Piauí, enquanto no Sul permaneceram abaixo de 25 °C. Essa variação impactou diretamente o desenvolvimento das lavouras em diferentes regiões.

Avanço do plantio e colheita

No Rio Grande do Sul, o tempo seco e quente favoreceu o início da safra 2025/26, garantindo bom estabelecimento das lavouras. Já no Paraná, segundo o Deral/PR, a área de milho deve crescer 12,1%, impulsionada pela substituição parcial do feijão devido à relação mais atrativa de preços.

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O Mato Grosso, maior produtor nacional, respondeu por 49% da produção. Apesar de atrasos iniciais, a colheita avançou e consolidou a liderança do estado. No Mato Grosso do Sul, a Aprosoja/MS registrou colheita em 80,5% da área, com perdas localizadas de até 40%, mas expectativa de aumento de 20,6% no volume final.

Impactos na bioenergia

A alta disponibilidade de grãos reflete em outros setores da economia. Segundo a União Nacional do Etanol de Milho (Unem), a produção do biocombustível deve atingir 8 bilhões de litros, fortalecendo a cadeia da bioenergia e ampliando a competitividade brasileira nesse mercado.

Outras culturas em andamento

Além do milho, a Conab destacou o avanço do feijão da terceira safra, cuja colheita já começou em estados como Paraná e Minas Gerais, embora com perdas pontuais por seca e pragas.

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O algodão também apresenta cenário positivo: 60,3% da área nacional já foi colhida, com destaque para a Bahia e o Mato Grosso. No caso do trigo, 7,7% da produção já foi retirada do campo. Apesar de boas produtividades em algumas áreas, a redução da área cultivada deve resultar em queda no volume total.

Expectativa para o setor

Com o milho puxando os resultados, o agronegócio brasileiro se mantém como um dos pilares da economia nacional. O recorde projetado para a segunda safra reforça a importância do Brasil como fornecedor global de alimentos e insumos para energia limpa.

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