De autoria da atriz e palhaça Greice Miotello, os contos serão apresentados para alunos e alunas de escolas de Ilhota no dia 24 de setembro

A criatividade e a busca por novas histórias e contextos para o crescimento da filha foram os pontos de partida para a criação da Trilogia Contos para Maria, uma série de livros de autoria da atriz, palhaça e produtora cultural catarinense Greice Miotello, formada pelas histórias 'A Bruxa do Cabelo Branco', 'O Saco Velho de Batatas' e 'O Gigante'. Estas obras literárias serão apresentadas entre 23 de setembro e 01 de outubro para alunos e alunas de escolas públicas de ensino infantil de seis cidades de Santa Catarina, totalizando 18 contações de história, contemplando todas as mesorregiões do Estado: Lauro Müller (Sul), São Joaquim (Serrana), Fraiburgo (Oeste), Schroeder (Norte), Ilhota (Vale do Itajaí) e Tijucas (Grande Florianópolis).

O Gigante
  • O Gigante (Fotos: Wally MoraeS)

Em Ilhota, as apresentações acontecem no dia 24 de setembro, quarta-feira, para as seguintes escolas: CEI Profª Gianna, CEI Vó Varda, E.M. Domingos José Machado, CEI Vó Rosa, E.M. José Elias de Oliveira, CEI Maria Terezinha Hammes Schmitz, E.M. Alberto Schmitt, CEI Tia Flor, CEI Chapeuzinho Vermelho e CEI Tia Loli.

O projeto 'Circulação Contos para Maria', contemplado pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, foi criado com o objetivo de aproximar o público infantil do universo da leitura, além de promover a inclusão por meio da arte da contação de histórias. "Buscamos não apenas disseminar o prazer da leitura entre o público infantil, mas também fortalecer o papel da literatura e da oralidade no processo educativo, valorizando a arte de contar histórias como uma poderosa ferramenta de transformação social", afirma Greice Miotello.

Para a contação, a autora sobe ao palco para narrar 'A Bruxa do Cabelo Branco' através da palhaça Gretta e conta com a parceria de dois colegas de trabalho que, junto com ela, integram a equipe de palhaçaria da Traço Cia. - grupo que assina a coordenação artística do projeto: Egon Seidler, que dá vida ao conto 'O Saco Velho de Batatas' com o palhaço Jubi e Débora de Matos, que interpreta a história de 'O Gigante' com a palhaça Esmeralda.

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Além das apresentações voltadas aos alunos das unidades contempladas, o projeto realizará neste período seis oficinas formativas, destinadas a professores da rede pública de ensino, intituladas 'Se Permitindo a Escrever'. "Elas serão ministradas por mim e têm como intuito inspirar práticas pedagógicas criativas voltadas para a literatura e a narração de histórias", conta Greice. "Também vamos distribuir 18 exemplares dos livros de forma gratuita para as escolas públicas participantes. Serão seis unidades de cada livro, uma para cada escola participante, correspondendo ao conto apresentado".

Visando a acessibilidade comunicacional, quatro das sessões de contações de histórias contarão com interpretação em Libras, promovendo um ambiente mais diverso e inclusivo.

O projeto 'Circulação Contos para Maria' conta com a coordenação artística da Traço Cia. e produção de Billy Produções. A proposta cultural é realizada com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, pela Fundação Catarinense de Cultura [FCC], por meio do Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – Edição 2024.

Inspiração

A inspiração maior para a criação da Trilogia é Maria Carolina, filha única de Greice que tem agora 11 anos de idade. O motivo, simples e ao mesmo tempo revolucionário: contar histórias para a pequena dormir era um ato de amor mas, cansadas de conviverem sempre com os mesmos contos, inventaram novas histórias que, de formas singulares, conversavam com o universo particular de Maria: uma bruxa-menina que tem os cabelos brancos; um saco velho de batatas que, de tão usado, temia ser esquecido e perder sua utilidade no mundo; e um gigante que mora nas nuvens com os pássaros e defende o meio-ambiente.

"No ato de contar histórias para crianças, o adulto fornece materiais e elementos para o processo de construção da identidade social e cultural dos pequenos. Isso também alimenta a criatividade, a memória e amplia o vocabulário, ajudando na linguagem e em tantos outros tantos benefícios na formação de um ser. Contando ou ouvindo histórias compreendemos melhor nós, nossa existência e o mundo em que vivemos", afirma Greice.

Foi desta forma que, com muito carinho e sensibilidade, Greice criou histórias que se misturavam ao universo particular de Maria: "No caso da 'Bruxa do Cabelo Branco', por exemplo, eu trazia a reflexão de como é legal ter os cabelos do seu jeito, do prazer de ter ele de vários tipos diferentes", relembra a atriz. "Quando narrava que o cabelo da bruxa era todo cheio de cachinhos, a Maria logo se identificava. Isso vem de um lugar da mulher de se aceitar como é".

Já para 'O Saco Velho de Batatas', Greice se apoiou no exemplo de seu pai, que tem um sítio na cidade de Urussanga/SC. "Ele sempre adorou fazer festas grandes, sempre foi muito ativo, e depois de se aposentar, ficou com aquele questionamento: 'O que eu vou fazer agora?' Aí me veio a analogia do saco velho de batatas, que de tão velho, temia ir para a feira um dia e ser jogado fora".

Para 'O Gigante', Greice adaptou o clássico João e o Pé de Feijão e colocou uma pitada de conscientização ambiental: "O gigante sempre é visto como uma criatura ruim, malvada, e nessa história eu coloco ele em um lugar de protetor da floresta. Aqui a gente conversa muito sobre a destruição do meio ambiente, um assunto que vai para muito além do meu universo com a Maria e que é urgente".

Contato com o público

Os três volumes da Trilogia já foram apresentados em escolas e locais abertos ao público em diversos lugares do Estado de Santa Catarina, especialmente em Florianópolis, cidade na qual os livros foram concebidos. Em várias dessas ocasiões, Greice relata a reverberação positiva da apresentação. "Uso o formato de contação de histórias porque acredito ser algo acessível. O público infantil vibra com isso e as professoras conseguem dar continuidade ao conteúdo, como já aconteceu várias vezes".

Os três livros foram ilustrados pelo artista plástico de Itajaí/SC Humberto Soares e, além de apresentarem as histórias no formato de contação, os palhaços-artistas também levam os livros para as crianças visualizarem, como um estímulo para que os pequenos se desconectem das telas de celulares e televisões por aquele momento. "Hoje em dia as crianças estão cada vez mais imersas no mundo virtual e oferecer a elas um livro físico dá a possibilidade de folhear, tatear, ver as imagens; vivenciar tudo de forma diferente e mais presente", finaliza.

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