Prêmio Nobel de Medicina vai para cientistas que ajudaram a desenvolver a vacina contra Covid-19

O anúncio aconteceu nesta segunda-feira, dia 2.

Prêmio Nobel de Medicina vai para cientistas que ajudaram a desenvolver a vacina contra Covid-19
Pesquisa de mais de duas décadas de Karikó e Weissmann ajudou no desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19
foto Universidade da Pensilvânia

Dois cientistas que ajudaram a desenvolver a vacina contra a Covid-19 foram anunciados nesta segunda-feira, dia 2, como ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina de 2023. A bioquímica húngara Katalin Karikó e o pesquisador norte-americano Drew Weissmann realizaram trabalhos sobre RNA mensageiro (RNAm), abrindo o caminho para o desenvolvimento das vacinas contra a Covid-19. Além do reconhecimento pela contribuição que deram para salvar milhões de vidas em todo o mundo, os dois cientistas irão dividir um prêmio merecido de 11 milhões de coroas suecas, algo em torno de R$ 5 milhões, além de receberem diplomas e medalhas de ouro de 18 quilates. Os prêmios serão entregues pelo Rei da Suécia, em cerimônia marcada para o dia 10 de dezembro, em Estocolmo, capital da Suécia.

Karikó e Weissman começaram a trabalhar juntos há mais de 20 anos, quando ambos estavam na Universidade Penn. Na época, muitos cientistas não acreditavam que o mRNA, que transporta instruções do ADN para os ribossomas para a produção de proteínas, pudesse ser a base para uma vacina. Em experimentos, a injeção de mRNA em camundongos causou uma inflamação mortal.

Mas Karikó e Weissman não desistiram e descobriram um método de alteração do mRNA que lhe permitia entrar nas células sem ativar o sistema imunológico do corpo. Eles fizeram isso ajustando um dos quatro nucleosídeos que são os blocos de construção do mRNA. Vários anos depois, Karikó e Weissman desenvolveram um método para empacotar o mRNA dentro de uma nanopartícula lipídica – uma pequena bolha de óleo – para que a molécula não se desfizesse enquanto viajava pelo corpo. 

Katalin Karikó foi vice-presidente sênior e chefe de substituição de proteínas de RNA na BioNTech até 2022 e, desde então, tem atuado como consultora da empresa. Ela também é professora da Universidade de Szeged, na Hungria, e professora adjunta da Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia. Ela descobriu uma maneira de evitar que o sistema imunológico inicie uma reação inflamatória contra o mRNA feito em laboratório, o que antes era visto como um grande obstáculo contra qualquer uso terapêutico do mRNA. Weissman, que a auxiliou nos trabalhos, é professor Escola de Medicina Perelman da Universidade da Pensilvânia , 

O que é o mRNA

O RNA (ácido ribonucleico) é uma molécula fundamental para a manutenção da vida em nosso planeta. Ela esteve presente no início da vida na Terra (ou uma molécula muito similar), gerando cópias de si mesma e dando instruções para outras moléculas iniciarem a síntese de compartimentos biológicos que hoje armazenam uma das principais entidades de estudo da ciência: o DNA. 

Os RNAs assumem então diferentes formas e tamanhos, atuando em diversos processos biológicos importantes. Mas, talvez a principal forma conhecida seja o mRNA ou também conhecido como RNA mensageiro. Trata-se de uma molécula transitória que possui uma sequência específica que será traduzida e, por meio deste processo, sintetizar proteínas. Tal sequência reflete o que está “escrito” em nosso DNA. 

Desde que foi descoberta, na década de 1960, os cientistas buscavam utilizar essas proteínas para fins terapêuticos, como por exemplo no desenvolvimento de vacinas. Os primeiros insights sobre a possibilidade de uma molécula de mRNA atuar como um fármaco ou transportador de alguma droga surgiram no final da década de 80, quando Robert Malone conduziu seus primeiros experimentos em células lipídicas. 

Estes experimentos serviram de base para o que conhecemos hoje como o que há de mais moderno em termos vacinais, e que foram fundamentais para que se chegasse a uma condição de enfrentamento ao vírus Sars-CoV-2, que provocou a pandemia de Covid-19. De maneira geral, o mRNA é sintetizado com algumas modificações em relação ao RNA viral. As alterações visam inserir sequências específicas que, em nosso organismo, serão traduzidas em  estruturas presentes no coronavírus (em geral, a proteína spike) e que são reconhecidas pelo nosso sistema imunológico. Com isso, eliminou-se a necessidade de utilizar o genoma ou a partícula viral do próprio vírus para produzir as vacinas.

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