O jogador de futebol de várzea Fábio Cordeiro da Silva, 35 anos, é apontado como o provável doador do coração transplantado no apresentador Fausto Silva, 73 anos, no último domingo (27). As informações são do portal de notícias Metrópoles. Fábio, que era conhecido como Esquerdinha na várzea, morreu no sábado, vítima de um AVC em Santos, no litoral de São Paulo. Ele passou mal enquanto trabalhava como azulejista em um apartamento na cidade litorânea paulista. Fábio estava sozinho e só foi encontrado no dia seguinte ainda com vida. Ele foi levado para a Casa de Saúde de Santos, onde passou por cirurgia no cérebro, porém, não resistiu e teve morte cerebral confirmada na manhã de sábado (26); a família, então, decidiu doar seus órgãos.

De acordo com familiares, entre os órgãos doados, está o coração. A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo não confirmou a informação até porque segue a lei, que impede a divulgação dos nomes de doador e receptor. Porém, Fábio é tido como o possível doador de Faustão porque o coração que o apresentador recebeu, no domingo, partiu justamente de helicóptero da cidade de Santos.

Segundo o Hospital Albert Einstein, a unidade foi acionada pela Central de Transplantes do Estado na madrugada de domingo, “quando foi iniciada a avaliação sobre a compatibilidade do órgão, levando em consideração o tipo sanguíneo B”. A cirurgia de emergência em Faustão aconteceu no início da tarde de domingo e durou cerca de 2h30min. De acordo com o último boletim médico, divulgado pelo Hospital Alberto Einstein, Fausto Silva permanece na UTI, respirando com ajuda de aparelhos, e a evolução do seu quadro clínico está dentro da normalidade. 

Fábio era morador de Mongaguá, também na Baixada Santista, e era apaixonado por futebol. Muito conhecido na várzea, ele atuou em vários clubes da região. Como jogava do lado esquerdo, foi apelidado pelos colegas de “Esquerdinha”. Familiares contaram que, há cerca de um mês, ele havia dado uma pausa no futebol para fazer exames médicos, pois tinha passado mal durante alguns jogos. Os testes cardíacos não apontaram nada, e ele voltou a jogar. Sua última partida aconteceu no domingo anterior à sua morte (20/8).

Nas redes sociais, clubes do litoral paulista em que Esquerdinha atuou divulgaram notas de pesar pela morte do atleta, além da imprensa. O Jornal Bola na Rede escreveu que “Esquerdinha era querido por todos e honrou as camisas dos clubes que defendeu”.

Números

Segundo dados do Ministério da Saúde, hoje mais de 65 mil pessoas esperam por um transplante de órgão e tecido no país. Destes, cerca de 380 estão na fila de espera por um coração. O tempo de espera pode variar caso a caso. O critério principal é a urgência do quadro clínico do paciente e a compatibilidade, mas também a distância entre o doador e receptor também pode ser levada em conta. De acordo com o Sistema Nacional de Transplante, 27,5% dos pacientes que aguardam por um coração irão receber o órgão em menos de 30 dias. Já 14,5% serão atendidos com mais de um ano. Nove a cada dez pacientes recebem o transplante ainda no primeiro ano que passam a integrar a fila de espera única do SUS. O Brasil é o segundo país que mais realiza transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos. Quando o assunto é transplante de órgãos e tecidos pelo sistema público de saúde (SUS), o Brasil é o primeiro colocado. No ano passado, foram realizados 26 mil transplantes de órgãos e tecidos. Veja, no quadro abaixo, a situação em Santa Catarina

Santa Catarina é o terceiro estado da federação com mais transplantes de órgãos. De acordo informações da SC Transplantes, reguladora dos transplantes no Estado, até 31 de julho deste ano, 1.403 pessoas aguardam por um transplante de órgão, sendo 755 de rim. Somente este ano, Santa Catarina realizou 980 transplantes de órgãos, sendo 471 de córneas e apenas 4 de coração, dois em fevereiro e dois em março.