Ontem, quinta, dia 8 de abril, no amanhecer minha mente foi povoada por sonhos incríveis:

Cenário primeiro: uma praia lembrando Navegantes com pequenas dunas lembrando muros de concreto a separar o trecho pisado por homens, mulheres, adolescentes e crianças todos afoitos a compassar juntos o doce balanço do mar.

Cena 2: uma praia soturna e noturna cheia de pescadores com vestes imundas a recolher num balaio de vime peixes putrefatos. Ação de nenhuma utilidade pública.

Cena 3: Meu amigo Edson, enfermeiro do Centro de Saúde da rua Itajaí, confortavelmente instalado em um apê em pleno Centro de São Paulo. Sozinho morando, resolveu assinar a Folha de S. Paulo. Diariamente como eu recebia o exemplar, fincava o olho direto nas páginas de variedades à cata de matérias informando sobre cinemas de arte, teatros e espetáculos de balé nos municipais da vida. Dirigiu-se à biblioteca municipal para tomar emprestado o quinto livro lançado e autografado por seu amigo de tempos juvenis, a fim de lê-lo com a maior atenção para chegar a uma conclusão sobre o valor da obra. Eu estava lá, escondi-me entre as estantes para não ser flagrado por ele. Manobra e atitude inúteis. Atitude e manobra inúteis pois ele me reconheceu de pronto.

E vamos à leitura (dele) de obra minha.

Aguardemos os próximos capítulos dessa dantesca narrativa.