Você já ouviu falar de fanzine?  Trata-se de uma abreviação de fanatic magazine, mais propriamente da aglutinação das duas últimas sílabas da palavra magazine (revista) com a sílaba inicial de fanatic.  Enfim, uma publicação por e para amantes de ficção científica, histórias em quadrinhos etc. 
É uma espécie de imprensa alternativa que abriga qualquer tipo de assunto. Não precisa sequer de redator-chefe no expediente.  Aqui, em Blumenau, desde junho, contamos com uma.  Cidadela, eis seu nome. E se diz publicação independente do coletivo artístico e cultural de Blumenau.

Tem como organizadores Douglas Maurício Zunino (conteúdo) e Osvaldo Odebrecht Neto (marketing), este mais conhecido como Ossi. O terceiro número será dedicado integralmente a Rio do Sul. E não vai deixar de fazer edições na maioria das cidades do Vale do Itajaí.

Na contracapa do número 2, encontramos uma grave denúncia: o total descaso em relação à Praça do Poeta, idealizada por Lindolf Bell. Fomos lá para constatar ao vivo. E o que vimos foi isso:

O Monumento às Mães está coberto de musgo. A placa que deveria identificá-lo foi raspada. A maioria dos poemas encontra-se inelegível. Uma autêntica vergonha. Se a Praça do Poeta deveria ser um dos cartões postais da cidade, assim como está, não é.
E está ali não para ser somente fotografada pelos turistas. Ela merece que os blumenauenses conheçam a produção literária de seus filhos.
Agora, façamos justiça. Na praça que abrigou o Fórum e hoje é sede do Procon,  há uma placa de mármore contendo um lindo poema de Martinho Bruning, enaltecendo as belezas do Vale, e sua gente trabalhadora.

Martinho foi um dos melhores poetas que Blumenau já teve.  Depois de sua morte, sua esposa, a artista plástica Julieta Bruning me presenteou com toda a obra dele. Formam quinze volumes, todos edições do autor. 

*Publicado neste jornal no dia 05/08/2015. A praça continua às traças.