O gênero musical no cinema já teve os seus áureos tempos em Hollywood. Era diversão e deslumbramento total. Hoje, rareia esse tipo de produção. No mês que vem, teremos oportunidade de ver no Cinearte quatro bons representantes da dança e do canto.
 
Cabaret (l972), dia 5 - Nos anos 30 em Berlim, cantora de cabaré (Liza Minelli, filha de Judy Garland e do diretor Vincente Minelli) apaixona-se por um professor inglês (Michael York), em meio da ascensão do nazismo. Adaptação bem-sucedida de contos sobre Berlim e de musical que eles inspiraram, de grande sucesso na Broadway. Interessante a estrutura, que coloca um mestre-de-cerimônias para introduzir cenas do Kit Kat Club e passagens da trama. Ganhou 8 Oscar, inclusive diretor, atriz (Liza), ator coadjuvante (Joel Grey), fotografia e trilha sonora adaptada.
 
Meias de Seda (1957), dia 12 - Dirigente soviética (Cyd Charisse) se envolve em Paris com um produtor de filmes americanos, vivido por Fred Astaire. “Não sabe representar... Não sabe cantar. Meio careca. Dança um pouco.”, assim o definiu um caçador de talentos que o submeteu a um teste. E ele mudou completamente a própria concepção dos musicais no cinema. Refilmagem da comédia Ninotchka, com Greta Garbo. Coreografia de primeira qualidade e canções lindas de Cole Porter (inclusive All of You). O alemão Peter Lorre (M - O Vampiro de Düsseldorf) está no elenco.
 
A Roda da Fortuna (1953), dia 19 - Novamente a dupla central de Meias de Seda - Fred Astaire e Cyd Charisse - encabeça o elenco, dirigida por Vincente Minelli. Tony Hunter, dançarino, cantor e ator que já não interessa mais a Hollywood, volta a Nova York para tentar uma nova carreira no teatro. Seus problemas começam quando ele se junta a um ator-diretor, Jeffrey Cordova, com delírios de grandeza, que quer produzir uma versão musical de Fausto. Outra obra-prima do produtor Arthur Freed, no mesmo nível de Cantando na Chuva. 
 
O Show Deve Continuar (1979), dia 26 - Diretor de teatro e de cinema (Roy Scheider), especialista em musicais, sofre um enfarte, mas continua trabalhando e amando em excesso. O musical acompanha a trajetória do diretor rumo à autodestruição, seus diálogos com o Anjo da Morte, seus romances e suas brigas com os produtores. Fotografia requintada de Giuseppe Rotunno (o mesmo de Oito e Meio, de Fellini). Oscar de trilha musical, direção de arte, figurinos e montagem. Levou também a Palma de Ouro em Cannes.