Educação vem de berço
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(Fotos: )
Nelson Rodrigues, o exagerado, insistia que a educação sexual deve começar no berçário. Nem tanto, mas os outros bons hábitos sociais deveriam principiar nas primeiras horas.
Em família podre de rica ou naquela de tão pequeninas posses, os grandes valores de como se proceder, razoavelmente, no convívio humano, tornam-se pilastra fundamental.
Toda pessoa tem um nome. Por que, então, chamar de José e Maria, denominações santíssimas, a todos os cristãos do planeta?
Na porta da loja, está o atendente a catar o primeiro cliente. E dá-lhe:
- Seu Zé, o que vai levar hoje? Temos camisinhas novas! (O cidadão chama-se Ariovaldo).
- Dona Maria, temos o produto do dia: nabos fresquinhos! (E a digna senhora foi batizada Etevalda).
Numa das novelas da Globo, quando a emissora começava a dar ibope, ocorria a seguinte cena:
Um novo rico ascendente, mas escasso de modos (Francisco Cuoco), aceitava jantar no mais chique restaurante do Rio de Janeiro. O convite partiu de sua noiva (acho que seja a Renée de Vielmond), de clã tradicional carioca. Ao ver em tacinha de prata um líquido esquisito (água de lavanda para molhar os dedos), o personagem pretende ingeri-lo como se fosse bebida, um aperitivinho pra abrir apetite. A novela tinha título adequado: O Cafona.
Dia desses, um publicitário, chargista e cronista famoso pelos três dons, convida sua professora de um curso de pós-graduação numa dessas faculdades do Vale para almoçar.
Ela, PHD em não sei quantas matérias, finíssima, a todo crer, não hesita, terminado o rango, a oferecer algo ao anfitrião. Mexe e remexe na bolsa. Ele, inquieto, aguarda de tudo, inclusive (salvem-se os tempos!) um bom baseado. Nada disso.
- Toma este pedaço de fio dental!
- Desculpa, costumo escovar os dentes, no privado, não em público.
E a senhora, professoralmente, limpou os dentes na praça de alimentação.
Afe! (é pouco!).
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