Certa feita, o Luiz Antônio Soares soprou aos pés de ouvidos que "Gervásio Luz não era jornalista. E sim crítico literário". Devolvi, por escrito: "De jornalista o Luiz tem só...ares".

Falo de livros que saboreei, de forma simplista. Recomendo sua leitura aos que gostam de ler. E tão só. Agora, cai-me nas mãos Zuenir Ventura, da coleção Crônicas para ler na escola (Objetiva, 2012, 148p.). Na contracapa, registra-se "Quem lê tantos e-mails? Quem disse que o sentimento é kitsch? Por que os jovens não gostam de política? Zuenir Ventura sabe fazer boas perguntas. Sendo um dos maiores jornalistas do Brasil, também sabe oferecer ótimas respostas: respostas que nunca têm a pretensão de ser definitivas. Porque é pelo tom de conversa que ele cativa os leitores de suas crônicas. Seja qual for o assunto - tecnologia, preconceito, literatura, praia, vida."
Conhecia-o por alguns textos no Pasquim. Mineiro, como Ziraldo, nasceu em 1931. Fez carreira nas revistas IstoÉ e Veja. Depois, virou colunista do jornal O Globo. Foi professor  universitário, durante quarenta anos, na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Entre seus livros, destacam-se 1968: o ano que não terminou e Chico Mendes: crime e castigo.
Da obra citada no início do texto, vou destacar algumas de suas frases antológicas:
"Só escrevo porque não sei fazer outra coisa. Ou então:  Escrevo para sobreviver.
Antes que alguém dissesse "mas como, o Rubem Braga só tomava uísque!", na verdade seu maior orgasmo gustativo, teve-o bebendo uma boa pinga num boteco do Acre.
Fui um homem que virou livros. Assim foi que num belo dia me transformei em biblioteca, ou melhor, dei nome a uma biblioteca: o Salão de Leitura e Biblioteca Zuenir Ventura, da Escola Estadual Adolpho Bloch, no Rio de Janeiro.
Carpe diem significa "aproveite o dia de hoje, ou seja, desconfie do amanhã, não se preocupe com o futuro, não deixe passar as oportunidades de prazer e gozo que lhe são oferecidas aqui e agora."
"Uma das dificuldades para quem escreve regularmente em jornal é a escolha do tema, é adivinhar o gosto do leitor, sua preferência, é decifrar esse enigma. Em palestras o que mais me perguntam é "Para quem você escreve?" " Na hora de escrever, você pensa em quem?" .  A resposta sincera é "não sei".  Para mim, o leitor é um mistério que não cansa de surpreender."  De um poeta: " Adorei. Sua crônica é uma bela celebração da vida". É isso aí."