Um amigo flagrou em Rio dos Cedros (que mantinha uma placa com os dizeres "A Capital da Cultura no Vale") uma senhora jogando no lixo uma caixa de livros novíssimos. Apanhou-os e me deu de presente. Dos tantos volumes fiquei  apenas com dois: um relato biográfico de Cazuza e Livro de sonetos de Vinícius de Moraes. Os demais vou passar adiante. Não me interessam temas como esoterismo, autoajuda e receitas culinárias.

Cazuza - Só as mães são felizes (nome de uma música dele) é um depoimento de sua mãe Lucinha Araujo à jornalista Regina Echeverria (Editora Globo, 1997, 397 p.).

Nunca dei a menor bola pro biografado. O cantor compositor só me sensibilizou interpretando Preconceito, um samba-canção de Antônio Maria.
Confesso que em termos de música, iniciei ouvindo as breguices de Anísio Silva. Nunca curti os ídolos da época: Nelson Gonçalves, Dalva de Oliveira, Ângela Maria. Exceção: Elizeth Cardoso.

Descoberta a Bossa Nova, tornei-me dela fã de carteirinha. Mas em termos de música popular brasileira, parei no tempo e no espaço. Nomes cultuados: João Gilberto, Caetano, Gil, Gal Costa, Maria Bethânia e Paulinho da Viola.

Não me perguntem o título de uma canção de Alcione, Ivete Sangalo, Beth Carvalho. Direi: não sei.

Cazuza foi batizado como Agenor. Detestava o nome até que descobriu que era o prenome de Cartola. No epílogo da obra, Cazuza segundo Cazuza - O que ele disse, nos deparamos com estes desabafos:

"Não tem nenhum jovem fazendo música brasileira, todo mundo é roqueiro, não tem ninguém que faça samba-canção, precisamos redimir a música brasileira."

"Gosto de estar sempre com muita gente. Não vou a boates, porque não gosto de lugar fechado. No bar você de certa forma está na rua, sai para comprar um cigarro, volta e fica feliz da vida por ter encontrado gente."

"Amor demais não atrapalha. Um filho rejeitado nunca conserta a cabeça. Um superprotegido tá limpo."

"Os jovens de hoje são bem caretas. Eu preferia ter vivido nos anos 60. Mas já que vivo na época de agora, posso pelo menos falar mal dela."