Blablablá
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(Fotos: )
Coletivo intermunicipal - No ônibus, da Catarinense, o passageiro buscou o mijadouro. Cena 1: Abre-o, encontra, constrangido, uma moçoila, de pé, puxando a calcinha. Mil perdões. Aliás, um só:
- Desculpa, a porta não funciona.
Ela sorri. E perdoa. Cena 2: Momentos depois, volta e dá com um negão simpaticíssimo, com toda a pinta de ilhéu, acocorado, cigarro na mão, cantando um sambinha do Emílio Santiago. Mil perdões, de novo. Aliás, para variar, nosso amigo quis dar uma de original e soltou:
- A porta não funciona, o trinco está quebrado. É como o Brasil. Não tem conserto.
Não teve perdão. O crioulo gritou aquela palavrinha de cinco letras que as melhores famílias abominam.
Bem na fonte - Uma mocinha, terminado o curso clássico no Pedro II, já devorando Freud e Sartre, mas em débito com o idioma pátrio, escreve longa carta ao seu ex-professor de português. E termina com este primor de criatividade:
- No mais, espero que tudo continue nos seus "corrimentos" naturais.
Coletiva individual - Quem me contou foi o Lindolfo Bell (que ficava pê da vida comigo quando eu grafava seu nome com este "o" a mais. Pura enticação de minha parte). Duas senhoras de boa idade, que se consideravam artistas plásticas, em uma das Coletivas Barrigas-Verdes, em pleno Teatro Carlos Gomes, diante do sucesso total da mostra, não alimentaram dúvidas.
- Que tal? - diz uma delas.
- Vamos, nós duas, partir para uma coletiva individual?
Afe!
Tirada de gênio - Era notável o gênio da Sétima Arte, Orson Welles. Norte-americano, esteve no Brasil tentando inutilmente realizar um filme: It´s all true (Tudo é verdade). Ficou fascinado com Grande Otelo, que fazia parte do elenco. Aliás, o Otelo é o Lázaro Ramos de ontem, só que este faz papéis sérios. Certa vez, o diretor e ator de Cidadão Kane foi convidado para dar uma conferência. Contrariado, aceitou. Apareceram 4 ou 5 gatos pingados. Não se deu por achado:
- Sou diretor de cinema, produtor de teatro, autor, ator, escritor, radialista, editor de Shakespeare. Sou tantos e os senhores tão poucos!
(Do livro Máximas do Barão de Itapuí, lançado no dia 26 de outubro).
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