Estou lendo alternadamente dois livros de humor, um antigo e outro mais recente. São eles: O Brasil anedótico, de Humberto de Campos (W. M. Jackson Inc. 1947, 326 p.) e Z Brazil -  A marca da Zorra, de Marcos de Vasconcellos (Editora Nova Fronteira, 1984, 147 p.).
 O escritor maranhense foi uma das minhas primeiras e deliciosas leituras. No livro citado, a primeira crônica - A vassoura e o ajuntador - é antológica:
"Bernardo Pereira de Vasconcelos, no início da moléstia grave que afinal o inutilizou para o serviço do país, sofria de uma paralisia nas pernas, que o obrigava a arrastar os pés, quando andava. Entrava ele, certa vez, no Senado, esfregando os sapatos no soalho, quando o visconde de Caravelas, que era coxo e abaixava-se de uma banda a cada passada, lhe observou, rindo:
- Que é isso? Você está varrendo o Senado?
É verdade - confessou o grande tribuno. - É verdade.
E, aludindo ao defeito do agressor:
Eu varro o Senado e você ajunta o cisco!"
De Marcos de Vasconcellos, carioca de Ipanema, já lido devorado e admirado a obra 300 histórias do Brasil - Pequenas  vergonhas.Em Brazil - A marca da zorra, encontrei os episódios que passo ao leitor:
Fã torto - "O cidadão catarinense, admirador incansável de Napoleão Bonaparte, batizou os filhos de Waterloo, Helena e Hilter. Isso mesmo, um  pequeno equívoco histórico."
Diplomacia - "Quando Magalhães Pinto era o ministro das Relações Exteriores do governo Costa e Silva, recebeu um memorando da Presidência da República nos seguintes termos
Assunto: Vinícius de Moraes.
Demita-se este vagabundo.
Ass. Artur da Costa e Silva."
(Nota do redator: o demitido era diplomata do Itamaraty, mas preferia pouco comparecer ao trabalho para apenas... ser um dos nossos melhores poetas e compositor de joias da MPB.).
Livro de inpreções - "O General Rubem Ludwig, quando era Ministro da Educação e Cultura, visitou a Universidade Federal da Bahia, em cujo livro de impressões, destinado ao registro de frases assinadas por pessoas ilustres, consignou sua presença no egrégio estabelecimento com a seguinte declaração:
"Sinceras congratulassões. Rubem Ludwig, Ministro da Educação e Cultura."
O Sr. Carlos Langoni encaminhou ao advogado Evandro Lins e Silva uma coleção de documentos à qual chamou de dossiet.
O "expludo" presidencial fez carreira nos escalões inferiores. A ortografia e a sintaxe  dos governos desses últimos vinte anos nada ficam a dever à sua competência administrativa."