Recebi de Celestino Sachet  um bilhetinho (manuscrito porque ele ignora o computador)  sobre as crônicas Pérolas da Unisul, estampadas neste jornal nas edições de 10 e 24.6 que diz assim:

"Florianópolis, 3 de julho, 2017: Prezado Gervásio, amigo: Muito obrigado pelos artigos que, publicados no Jornal Metas, trazem  luzes sobre a nossa esquecida  literatura dos catarinenses, em especial  nos jornais dos dias 10  de junho e 24 do mesmo mês.
Mas vou um pouco mais fundo na minha curtição. Preciso bater palmas igualmente pela filosofia do jornal , inteiramente dedicada  ao corpo e à alma de Blumenau.

O grupo que escreve e mantém o periódico merece todos os meus aplausos, já que confesso:  não há nada mais universal do que o regional. Por exemplo: o que é que eu tenho  com a possível recandidatura ao cargo de re-re-represidente da Rússia?
A literatura dos catarinenses agradece - toda prosa - a dedicação que você está demonstrando a ela.
Um dia, ela vai te dar uma porção de abraços junto ao que você está recebendo do Celestino."
      
(Nota do colunista: O professor e escritor Celestino Sachet refere-se aos nossos comentários sobre sua obra: A literatura dos catarinenses em 2 volumes, editada pela Unisul, de Tubarão).

Bem, já que falamos da nossa Capital, nunca escondemos nossa paixão por ela. Florianópolis num todo é uma ilha indefinível. Se um dia, por acaso, tivéssemos que deixar Blumenau, por qualquer motivo, nossa morada seria lá.

E o namoro com a terra de Hercílio Luz começou nos anos 50 quando meu pai, a serviço, como advogado, me levava em tempos de férias escolares. Uma delícia ver o mar lambendo quase o centro da cidade. Hoje os aterros tomaram conta do que era puramente água. 
Uma década depois, fui aluno do Celestino Sachet em cursos de preparação para lecionar português. Celestino dava aulas que eram verdadeiros shows de bom- gosto e cultura. Ele disse que não existe literatura de Santa Catarina e sim literatura em Santa Catarina. Por quê? Porque é um estado diferente. Você fala de literatura baiana e logo vem o nome de Jorge Amado. O baiano é único, tem características próprias. Os gaúchos têm o seu Érico Veríssimo, o Mário Quintana. Tem seus tipos plenamente identificáveis. 

Santa Catarina é uma miscigenação,  uma mistura de raças, de imigrantes. Brincando, Celestino desenhou um mapa que continha a gadolândia, região dos escritores de Lages. A Verafischerlândia seria a nossa região e assim por diante dividiu o estado em termos de escrita. Como diria um manezinho, diante do exposto: - "Arrombaste, istupoire!".