Rubens Ometto, conhecido como o Rei do Açúcar, fez fortuna no setor energético
O bilionário Rubens Ometto, 73 anos, atual presidente dos Conselhos de Administração da Cosan, Raízen, Compass Gás e Energia, Comgás e Rumo, todas elas do setor energético, já doou mais de R$ 1 milhão para o Partido dos Trabalhadores somente este ano. Ele é o maior doador individual ao partido. E não foi apenas para a sigla do atual presidente Luis Inácio Lula da Silva que Ometto fez generosas doações. O União Brasil, que tem três ministérios no atual governo federal, recebeu no último dia 17 de abril, R$ 500 mil. Com essa doação, o empresário aparece como o segundo maior financiador da sigla no Brasil, atrás apenas do fundo partidário, cujos recursos vem do próprio governo.
Mas, afinal, quem é o empresário que faz questão de engordar a conta bancária dos partidos políticos? Rubens Ometto Silveira Mello nasceu em Piracicaba, interior de São Paulo, em 24 de janeiro de 1950. Em 2022, apareceu em 11º na lista da Revista Forbes dos maiores bilionários brasileiros do agronegócio, com um patrimônio avaliado em R$ 10,6 bilhões de reais. No ranking global da revista, ele é o 1.341º, ou seja, existem apenas 1.340 pessoas mais ricas do que ele no mundo. O empresário também aparece numa lista de 60 personalidades mais poderosas do Brasil, também publicada pela Revista Forbes.
Descendentes de imigrantes italianos, Rubens Ometto – ou apenas Ometto, como é conhecido no meio empresarial – formou-se em engenharia de produção mecânica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP) no começo dos anos 1970. Antes de assumir a Cosan, empresa da família, ele foi executivo do Unibanco, onde iniciou como estagiário.
Em 1974, a sorte sorriu ao engenheiro Ometto quando em uma festa sentou-se ao lado de Antônio Ermírio de Moraes, então presidente do Grupo Votorantin. Ermírio simpatizou de cara com Ometto e o convidou a trabalhar na empresa. Um ano depois, aos 24 anos, Ometto chegou ao cargo de Diretor Financeiro, sendo considerado um dos mais jovens executivos na história empresarial do país. Ficou por lá até completar 30 anos, quando então foi convidado a trabalhar na TAM Linhas Aéreas (atual Latam).
Em 1986, Ometto entrou no negócio da família, que possuía usina de açúcar, em Piracibaca, desde o século passado. Ele participou ativamente do plano de expansão da Cosan, consolidando a empresa como a maior produtora de açúcar e etanol no Brasil e a posicionou entre as maiores do mundo na primeira década deste século. Em 2005, a Cosan abriu o seu capital na Bolsa de Valores brasileira e, em 2007, na Bolsa de Nova Iorque. Em 2008, a Cosan adquiriu a ExxonMobil, varejista e distribuidora de combustível Esso. Em 2009, foi criada a Raízen, joint venture entre a Cosan e a Schell. A Raízen está entre os maiores produtores de etanol e cana-de-açúcar do mundo, com um volume anual de 2 bilhões de litros, emprega mais de 40 mil trabalhadores e tem escritórios administrativas em São Paulo, Rio de Janeiro e Piracicaba.
Outras doações
Ometto fez doações durante a campanha eleitoral de 2022, onde se tornou o terceiro maior doador e não apenas para partidos de esquerda. O empresário escolheu candidatos das mais diversas vertentes ideológicas, para repassar valores entre R$ 50 mil e R$ 200 mil. A lista vai desde deputado federal do PT até ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Tarcísio de Freitas (Republicanos), que se elegeu governador no Estado de São Paulo, por exemplo, recebeu R$ 200 mil. Já o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP) foi agraciado com R$ 100 mil.
O mesmo valor foi doado para Dani Maia (PSDB-RJ), irmã de Rodrigo Maia e filha do ex-prefeito do RJ, César Maia, que não se elegeu. Ometto doou também para a candidata ao Senado pelo PL do Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina Correa, ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro. Tereza conquistou uma das cadeiras.
Atrás de Ometto em doações ao diretório nacional do Partido dos Trabalhadores estão dois dos advogados que atuam na defesa do juiz Eduardo Appio, afastado do comando da Lava Jato na 13ª Vara de Curitiba. Walfrido Warde e Rafael Valim, que fazem parte do quadro de sócios da Warde Advogados, doaram para o PT, respectivamente, R$ 400 mil e R$ 200 mil este ano, segundo apurado junto ao site da Justiça Eleitoral.
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