Moisés negou qualquer participação na compra dos respiradores. Já o deputado Naatz, pediu à Alesc estudo sobre um possível afastamento do governador
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FOTO: DIVULGAÇÃO SECOM
O governador Carlos Moisés da Silva negou nesta segunda-feira (22) que soubesse ou tivesse participação na compra dos 200 respiradores da Veigamed. O chefe do Executivo disse que são "irrelevantes"as conversas encontradas em celulares "de terceiros" e que "nem citam o nome do governador". Moisés se manifestou depois que o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) decidiu remeter o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, por entender que existem indícios da participação do governador na compra dos respiradores. Moisés tem foro privilegiado, e por isso o processo precisa tramitar no STJ a partir deste fato.
O governador afirmou não conhecer nenhum dos investigados, e que não faz nem libera processo de compra. Cada pasta faz o seu processo, não existe isso do governador liberar compra, isso não é papel do governador", reiterou. Disse ainda tratar-se de "uma conversa muito criativa" essa que o coloca como a pessoa que liberou a compra. Para o governador, as conversas que tentam incriminá-lo são provas muito frágeis.
"Não conheço essas pessoas, não conhecia também as empresas citadas, para mim eram desconhecidas. E, de fato, acho muito estranho alguém considerar uma mensagem encaminhada por alguém dizendo como se fosse um fato relevante, dizendo que já falou com o governador e não diz nem sequer quem é esse governador", acrescentou Moisés, que saiu da sua habitual fala pausada e calma ao falar sobre o caso. Moisés se disse absolutamente tranquilo. "Nós vamos descobrir, nós vamos envidar todos os esforços para que esse dinheiro volte para Santa Catarina, porque é dinheiro dos catarinenses... isso é papel do governo e se há um erro pontual isso será apurado".
"São ilações. Não há nenhum fato concreto. As mensagens dizendo que falei são situações absolutamente irrelevantes na minha avaliação", disse. "Estou muito confortável [...] São conversas de pessoas que têm condutas suspeitas. A gente não sabe quem são essas pessoas. Mas, Carlos Moisés da Silva, o catarinense conhece. O Ministério Público conhece, o Tribunal de Justiça conhece", afirmou o governador, para em seguida reforçar que tem o maior interesse que os fatos sejam apurados e o mais rápido possível.
O governador disse ainda que sabe que a questão será utilizada como fato político para prejudicar o governo. Moisés afirmou que o governo dará a resposta com "resultados positivos" da "melhor gestão contra a Covid-19 do Brasil". O governador finalizou afirmando que a Justiça está cuidando do caso e "quem tem responsabilidade seja responsabilizado e quem não tem responsabilidade seja de fato inocentado".
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O deputado Naatz pediu estudo para um suposto afastamento do governador
Depoimentos
Após a divulgação da informação de que o autos do processo foram remetidos para o STJ (Superior Tribunal de Justiça) em função da "possível participação" do governador nos crimes investigados, o deputado proponente e relator da CPI dos Respiradores na Assembléia Legislativa , Ivan Naatz (PL), encaminhou pedido de estudo à Procuradoria Geral da Alesc sobre análise da possibilidade legal de prévio afastamento do cargo de Carlos Moisés do cargo enquanto tramitar a investigação. "É lamentável e triste para Santa Catarina, para aqueles que acreditaram que estava se fazendo uma nova política ", acentuou o deputado via redes sociais.
Enquanto isso, a expectativa nesta terça-feira ( 23) em mais uma sessão da CPI dos Respiradores, fica por conta do depoimento do representante da empresa de medicamentos Cima, Divisão do Panamá, Samuel de Brito Rodovalho. No relatório feito pelo juiz, é citado que " a perícia do telefone celular do empresário Samuel de Brito Rodovalho indica que o governador Carlos Moisés tinha conhecimento da situação envolvendo a compra dos respiradores pulmonares."
Samuel é suspeito de ter intermediado o contato com um empresário de Joinville para a compra dos respiradores e questionado sobre possibilidade de pagamento de propina de R$ 3 milhões, embora sem indicar nomes. O empresário seria ouvido de forma remota na reunião da quinta-feira passada, mas os deputados decidiram adiar o depoimento dele para esta terça-feira para fazê-lo de forma presencial.
O outro depoimento desta terça será do controlador-geral do Estado, Luiz Felipe Ferreira. Ele foi ouvido pela CPI no dia 21 de maio, mas foi novamente chamado a pedido o relator. Naatz argumentou que, em recente entrevista, Ferreira apresentou informações que poderão colaborar com as investigações da comissão criada pela Alesc para apurar a compra dos 200 respiradores junto à Veigamed com o pagamento antecipado de R$ 33 milhões. A sessão da CPI inicia a partir das 17 horas.
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