André Vecchi (DC) substituiu o cassado Ari Vequi (MDB)

Na manhã desta segunda-feira (8), tomou posse como prefeito interino de Brusque, o presidente da Câmara e Vereadores, André Vechi (DC). O ato de posse foi realizado no Gabinete do Prefeito, na presença de autoridades, secretários municipais e servidores públicos. André assume a função no lugar o prefeito Ari Vequi (MDB) que foi cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral por abuso de poder econômico e quebra de isonomia nas eleições municipais de 2020. O vice, Pastor Gilmar Doerder (DC) também perdeu o mandato. Ambos tiveram seus direitos políticos suspensos por oito anos, a contar do ano da eleição.
Em seu discurso de posse, Vechi tranquilizou a população brusquense quanto aos serviços prestados pelo município. “Minha gestão será de continuidade. Também peço apoio dos vereadores para que possamos minimizar qualquer problema para a cidade. Vamos colocar a cidade acima de qualquer coisa”. O mandato, iniciado nesta segunda-feira (8) seguirá até a eleição de um novo prefeito em data ainda a ser marcada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Pela legislação, o prazo máximo é de 90 dias, porém, pode ser estendido conforme a estrutura necessária.  vice-presidente Deivis da Silva (MDB) assumiu a presidência do legislativo brusquense.

Entenda o caso

A chapa Ari Vequi/Pastor Gilmar venceu a eleição municipal de 2020, com 50,23% dos votos válidos. Porém, a chapa foi denunciada pela coligação "Brusque é nossa bandeira", formada pelo PT, PSB e Partido Verde, que ficou em segundo lugar, junto ao Tribunal Regional Eleitoral por abuso de poder econômico. Na época, o empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, com sede em Brusque, gravou diversos vídeos em apoio à candidatura de Vechi onde entrevistava seus funcionários e os induzia a não votar no PT. Nos vídeos, os colaboradores da Havan dizem aos eleitores brusquenses para não votarem errado, se referindo claramente ao candidato do PT. "Nesse contexto, impõem-se ao TSE, que não foi um fato isolado, mas uma sequência de fatos, uma campanha paralela feita pelo empresário da maior empresa e mais conhecida da cidade a favor de um dos candidatos", escreveu em sua sentença o ministro Alexandre de Moraes. Além de abuso econômico, o ministro entendeu que houve assédio eleitoral aos funcionários e fornecedores da Havan.No primeiro julgamento, no TRE de Santa Catarina, os juízes entenderam que não houve o crime e, por 7 votos a zero, garantiram a permanência de Vechi/Gilmar na Prefeitura de Brusque. No entanto, a coligação "Brusque é nossa bandeira" recorreu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que decidiu acatar o Agravo Regimental e julgou procedente a ação contra a chapa vencedora por 5 votos a 2. 

Oficialmente, o prefeito de Brusque ainda não se manifestou sobre a decisão do TSE. Na quinta-feira, dia 4, ele apenas emitiu uma nota afirmando não ter sido notificado da decisão. O empresário Luciano Hang também emitiu nota à imprensa onde diz ser inocente das acusações. "Brusque é um exemplo para o nosso país. Uma cidade com pleno emprego, que acolhe milhares de pessoas de todo o Brasil em busca de oportunidades, possui a cultura empreendedora, apresenta bons índices na segurança pública e ótima qualidade de vida. Como cidadão, que nasceu e mora em Brusque, manifestei a minha liberdade de expressão, expondo aquilo que achava mais apropriado para nossa cidade continuasse seguindo nesse caminho", justificou o empresário.