Prefeito afirma que essa é a única solução para retomar os investimentos em áreas básicas como saúde, educação e transporte
A palavra de ordem é cortar gastos na Prefeitura de Ilhota. E a primeira importante decisão do prefeito Érico Dida de Oliveira é não aproveitar nenhum dos mais de 400 contratados que foram desligados no final do governo Daniel Bosi. Com isso, a administração começa com apenas 220 servidores efetivos. O prefeito decidiu ainda que daqui pra frente não haverá mais funcionários contratados em caráter temporário de trabalho, os chamados ACTs. "Em fevereiro, vamos chamar para essas vagas as pessoas que foram aprovadas no concurso público realizado na administração anterior", garantiu Dida. No entanto, o prefeito antecipa que serão preenchidas, no máximo, 150 vagas, ou seja, a ideia da nova administração é trabalhar com 370 funcionários, o que vai representar um corte de quase 50% na folha de pagamento já que a administração Bosi encerrou com 627 servidores, entre efetivos, contratados e comissionados. "Vamos economizar com pessoas, para investir em saúde, educação e obras de infraestrutura", justifica o prefeito. De acordo com ele, o enxugamento do quadro de pessoal vai representar uma redução mensal de mais de R$ 600 mil. "A folha de pagamento até 31 de dezembro era de R$ 1,5 milhão", informou Dida.
Nestes dois primeiros dias de governo, o prefeito se mostra preocupado com a situação financeira da Prefeitura de Ilhota, porém, segundo ele, somente daqui a 15 dias é que se poderá ter um quadro mais próximo da realidade. "A situação é muito complicada, as máquinas estão quase todas quebradas, apenas uma retro-escavadeira está em condições de executar trabalhos", revela Dida. O prefeito também se deparou com diversos convênios entre o município e o Governo Federal parados. "Precisamos ir atrás destes recursos para executarmos obras na cidade, tem convênio parado desde 2010", lamentou.
Dida também reduziu o número de secretarias. O seu vice-prefeito, Joel Soares, vai acumular as pastas da Cultura e Esportes. "Ele será o meu super secretário", avisa Dida. Outro que integra o primeiro escalão com status de super secretário é o ex-prefeito de Luis Alves, Viland Bork, que vai acumular as pastas de Obras, Transportes e Agricultura.
Aline Deschamps, na Secretaria de Administração e Finanças, terá a difícil missão de recolocar a casa em ordem. "É complicada a situação financeira, mas vamos trabalhar para encontrar soluções", destaca a secretária. As outras secretarias mantidas por Dida são a da Saúde, com Jocelene Silveira; da Educação, com Andréa Quintino; e Assistência Social, com Rose Voltolini. Para a Procuradoria do Município foi nomeado o advogado Luiz Fernando Maba.
"Aeroporto é um sonho.."
Sobre a notícia de que o Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil firmou convênio (62/2016) com a Prefeitura de Ilhota para a instalação de um aeroporto de grande porte no município, Dida diz não ter recebido nenhum documento oficial até o momento, porém, classificou a possibilidade como um sonho que nunca vai se materializar. "Existe um aeroporto, a poucos quilômetros daqui, em Navegantes, que opera com uma ociosidade de quase 80%. Não existem motivos para construirmos mais um aeroporto em Ilhota. "É sonhar com algo que nunca vai acontecer", opina o prefeito.
Embora o Dida trate o assunto com ceticismo, o convênio para a construção do Aeroporto Metropolitano da Costa Verde e Mar entre Prefeitura e SAC foi assinado no "apagar das luzes" da administração Bosi e publicado no Diário Oficial da União do dia 23 de dezembro. De acordo com o convênio, a Prefeitura de Ilhota tem prazo de 15, a partir da assinatura, para indicar os representantes responsáveis pela gestão do convênio.
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