Celso Zuchi vai assumir cadeira no legislativo estadual no próximo dia 9 / FOTO BIBIANA FERREIRA

O ex-prefeito de Gaspar e suplente de deputado estadual, Celso Zuchi (PT), se diz ansioso pela experiência de ocupar, pela primeira vez, uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina. Na manhã desta quinta-feira (3), o diretório municipal do partido confirmou que o ex-prefeito assume por dois meses, a partir da próxima quarta-feira, dia 9, a cadeira do titular, deputado Padre Pedro. Ainda hoje, a partir das 17h30min, Celso vai estar na Câmara Municipal, onde concede entrevista coletiva de imprensa juntamente com o deputado estadual, Padre Pedro.

Celso, quarto suplente do Partido dos Trabalhadores, contou que já havia recebido convite do diretório estadual para assumir há cerca de um ano e meio, porém foi num momento em que precisava resolver alguns problemas pessoais, que inclusive o fizeram abrir mão da candidatura à prefeitura de Gaspar. "Acho que agora o momento é outro, é oportuno para que eu possa realizar o trabalho como deputado estadual, reivindicando melhorias para o nosso município", observou.

O ex-prefeito admite que o tempo vai ser curto, mas vai aproveitar ao máximo para reivindicar melhorias para Gaspar por meio de indicações, já que as emendas parlamentares impositivas somente podem ser apresentadas no segundo semestre. Ele explicou que vai se reunir com os diretórios municipais do partido de Gaspar e Ilhota para traçar o planejamento de trabalho para os próximos dois meses. Adiantou que a área da Saúde vai ser prioridade. O ex-prefeito entende que o governo do estado precisa aportar mais recursos no Hospital Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. "É inadmissível que a município tire todo mês do bolso essa dinheirama toda para manter o hospital em funcionamento. Isto é obrigação do estado. Eu, quando prefeito, fiz a intervenção no hospital porque tinha a informação de que iriam fechar a instituição", revelou. Outra pauta que será defendida é da infraestrutura rodoviária. Segundo Celso, as estradas estaduais da região estão abandonadas e sucateadas. Ele disse ser contra o governo do estado colocar dinheiro em obras de rodovias federais em Santa Catarina. "Quem tem que botar dinheiro na BR-470 é o governo federal e tem dinheiro para isso, o dinheiro do estado, que está sobrando, deve ser aplicado nas rodovias estaduais", defendeu o ex-prefeito.

Posse

Celso Zuchi, 69 anos, é aposentado da Petrobras, onde trabalhou por 17 anos, e bacharel em Direito. Ele entrou para a política no começo do século. Em 2001, lançou-se candidato a Prefeito de Gaspar numa eleição onde haviam sete pretendentes ao cargo. Conseguiu se eleger superando políticos tradicionais da cidade. Em 2004, tentou a reeleição, mas foi derrotado por Adilson Schmitt (MDB). Em 2008, voltou a disputar a cadeira do executivo gasparense e venceu com boa margem de votos. Em 2012, se reelegeu numa disputa apertada com Kleber Wan-Dall. Entre as principais obras realizadas nestes 12 anos de mandato, estão a instalação do Instituto Federal (IFSC), o transporte coletivo urbano e a Ponte do Vale, inaugurada no final de 2016. Em 2018, Celso se lançou, pela primeira vez, candidato a deputado estadual. Recebeu 12.140 votos, sendo 9.722 em Gaspar. Nas eleições deste ano, Celso é novamente pré-candidato à Assembleia Legislativa. Kleber Wan-Dall (MDB) e Rodrigo Althoff (PL) são também pré-candidatos.

O ex-prefeito assume a cadeira na Assembleia Legislativa no próximo dia 9 de fevereiro. O fato é histórico, pois pela primeira vez um político nascido em Gaspar vai exercer mandato de deputado estadual. Antes do ex-prefeito, Francisco Mastella, executivo da Ceval Agroindustrial, representou Gaspar na Assembleia Legislativa, tendo sido o deputado mais votado na eleição de 1986. Mastella, que era natural de Nova Veneza, permaneceu no cargo por dois anos (faleceu em novembro de 1989). De lá pra cá, Gaspar teve diversos candidatos à Assembleia Legislativa - inclusive a esposa de Celso Zuchi, Liliane Zuchi - mas nenhum conseguiu conquistar uma cadeira. Pedro Bornhausen, em 2002, foi o que chegou mais próximo, quando a cidade se reuniu em torno do Projeto 100% Gaspar, cujo objetivo era que os eleitores votassem num único candidato da cidade, apoiado por todos os partidos. O PT não se alinhou ao 100% Gaspar. Pedro recebeu mais de 20 mil votos, mas não o suficiente para se eleger deputado estadual.