Três do MDB, um do PP e outro do PDT vão investigar suspeitas de irregularidades em obra da Rua José Rafael Schmitt
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instaurada para investigar suspeitas de irregularidades na obra da Rua José Rafael Schmitt terá três integrantes do MDB, um do PDT e outro do PP. Os cinco vereadores são da base do governo. Os nomes foram oficialmente anunciados nesta quinta-feira (13), depois que o quinto e último integrante foi definido em reunião a portas fechadas entre a presidência e os líderes dos partidos com assento na Casa de Leis. Norberto Santos, o Betinho, suplente de vereador do MDB é o integrante da CPI que vai ocupar a vaga que, teoricamente, seria de um vereador da oposição, porém, Dionísio Luis Bertoldi (PT) e Alexsandro Burnier (PL) abriram mão de participar da Comissão. A reunião definiu ainda os dois suplentes: Dr. José Carvalo Júnior (MDB) e André Waldrick (PP)
Betinho está desde o começo de junho do ano passado ocupando a vaga do vereador Júnior Hostins, atualmente secretário Municipal da Saúde. Os outros quatro membros da CPI são: José Hilário Melato (PP), Roberto Procópio (PDT), Zilma Sansão Benvenutti (MDB) e Francisco Solano Anhaia (MDB), o Chico. A primeira reunião está convocada para o próximo dia 18, quando então serão escolhidos presidente e relator da Comissão. A partir desta data passa a contar o prazo de 120 dias para a conclusão do relatório final.
A origem
A CPI da Rua José Rafael Schmitt teve origem em dois vídeos/áudios, que circularam nas redes sociais no mês de março deste ano. Suspeita-se que uma das vozes é do ex-secretário da Fazenda e Gestão Administrativa, Jorge Purcino Pereira, que pediu exoneração do cargo no dia 27 de março, logo após o vazamento do segundo vídeo/áudio. Na carta de despedida, Jorge alegou que os vídeos/áudios são falsos e que estava deixando o governo para garantir a segurança da sua família, que havia recebido ameaças. “Estou tomando as providências cabíveis e judiciais e estou encaminhando todos os materiais para perícia técnica”, justificou na ocasião.
As gravações, ambas editadas, levantam suspeitas quanto à doação de R$ 150 mil para a campanha do prefeito Kleber Wan-Dall, onde é usada a expressão “sempre bem alimentados”, dando a entender que o governo municipal teria firmado algum tipo de acordo com empresários em troca de recursos para irrigar a campanha do emedebista.
No segundo vídeo/áudio, e que gerou de fato o pedido de abertura da CPI, a conversa gira em torno da obra da Rua José Rafael Schmitt, executada em 2018. A gravação dá a entender que parte do recurso pago na obra teria retornado, apenas não esclarece a quem. “..Lá na José Rafael eles tinham que dar a metade do valor, então tá bom um milhão e meio, um milhão e oitocentos, então o que nós estamos fazendo? A gente paga isso e eles nos devolvem”, ouve-se no vídeo/áudio. A obra, porém, não teve licitação pública e tampouco recursos públicos. Por isso, a CPI recebeu críticas dos dois vereadores da oposição, que decidiram abrir mão das vagas a que teriam direito. Dionísio chegou a enviar ofício à Mesa Diretora da Casa informando que não tinha interesse em participar. Outros vereadores - Giovano Borges (PSD) e Franciele Back (PSDB) também manifestaram à presidência da Casa o desejo de não participar da CPI.
Ministério Público
Além da Comissão Parlamentar de Inquérito, os dois vídeos/áudios foram parar na Promotoria Pública de Gaspar, onde um procedimento deve ser instaurado após análise do conteúdo. No entanto, isso ainda não ocorreu porque no começo deste mês uma nova promotoria foi criada no município e que vai responder justamente pela Moralidade Administrativa. A informação é que o MP aguarda que o promotor titular assuma para dar andamento à análise das denúncias protocoladas junto ao órgão.
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