O primeiro depoimento está marcado para às 8h30min desta quinta-feira, dia 17

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), instalada na Câmara Municipal de Gaspar, para investigar suspeitas de irregularidades administrativas em contratos de serviços de limpeza urbana firmados pelo Governo Municipal anterior começa nesta quinta-feira, dia 17, a fase de depoimentos. Nesta primeira convocação, duas testemunhas serão ouvidas pelos vereadores que compõem a comissão.

De acordo com a Assessoria de Imprensa da Câmara de Vereadores, os nomes somente serão anunciados oficialmente no dia dos depoimentos, que serão transmitidos em live pelos canais YouTube e Facebook da Câmara de Vereadores, a partir das 8h30min. No entanto, a reportagem do Jornal Metas apurou junto a fontes seguras que serão dois ex-fiscais de contrato da administração anterior. Celso Xavier Schmitt e Gelásio Valmor Muller. Ambos são citados na sindicância Administrativa Interna aberta, no passado, pelo então prefeito Kleber Edson Wan-Dall (MDB). Outras três pessoas deverão prestar depoimento á CPI: Adão Marafigo de Figueiredo, que era o encarregado da Ecosystem Serviços Urbanos e depois da Sanitary Serviços de Conservação e Limpeza Ltda no município durante a vigência dos contratos. Adão solicitou à CPI que seu depoimento fosse adiado. Já Edes Cícero de Almeida e Eduardo Pereira da Silva ainda não foram localizados para receberem a convocação.

Para o presidente da CPI, o vereador Ciro André Quintino (MDB), esta etapa é crucial para apurar os fatos investigados.“Após todo levantamento das informações e análise documental, agora, podemos iniciar essas oitivas. O intuito é seguir com o processo de forma transparente e que nos leve à elucidação dos fatos”, afirmou Quintino.

Entenda os fatos

A CPI surgiu por desdobramento de uma Sindicância Administrativa, instalada ano passado, que, após apontar irregularidades na conduta das empresas Ecosystem Serviços Urbanos e Sanitary Serviços de Conservação e Limpeza Ltda, sugeriu que uma denúncia fosse enviada à Câmara para que uma Comissão Parlamentar Processante (CPI) fosse instalada. Já a sindicância é resultado de uma ação policial, batizada de "Operação Limpeza Urbana", em setembro de 2024, realizada pela Polícia Civil, por meio da 4ª DECOR - Delegacia Especializada em Combate à Corrupção. Na ocasião, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em vários endereços da cidade. O objetivo era buscar provas que pudessem reforçar as suspeitas de superfaturamento no serviço de limpeza urbana em Gaspar, anteriormente subordinado à Secretaria de Obras de Gaspar e depois transferido ao Samae.

Os contratos teriam sido firmados entre 2017 e 2023. O esquema era simples. Como os valores era calculados por meio de medições, algumas apontavam para pagamentos além da área efetivamente roçada, capinada e limpa, especialmente nos espaços verdes do município, que superavam até mesmo a extensão do terreno. As medições estariam recebendo o aval de servidores públicos responsáveis pela fiscalização do contrato e lançamento do serviço nas planilhas. A autorização para pagamento levava a rubrica do secretário.

A polícia apreendeu documentos, celulares e uma certa quantia em dinheiro na casa de um dos ex-secretários. Os policiais também estiveram no escritório de representação da empresa prestadora do serviço, que tem sede em Curitiba.

Outra coincidência que chamou atenção da 4ª DECOR é que o serviço foi transferido da Secretaria de Obras para o SAMAE de Gaspar, porém, a pessoa que ocupava o cargo de Secretário de Obras à época é a mesma que passou a presidir o SAMAE.

A CPI da Roçada tem o como presidente o vereador Ciro André Quintino (MDB); relatora a vereadora Alyne Karla Serafim Nicoletti (PL), demais vereadores membros da comissão, Carlos Eduardo Schmidt (PL), Mara Lúcia Xavier da Costa dos Santos (PP) e Thímoti Thiago Deschamps (UNIÃO). Ainda fazem parte como equipe de apoio os servidores da Câmara, Andreia Avosani, Marcos Alexandre Klitzke, Pedro Paulo Schramm, Ramires dos Santos e Samara Aparecida Marcelino.