Partidos governistas bateram o martelo e decidiram na noite de terça-feira confirmar o vice-prefeito

Por Alexandre Melo
[email protected]

Se ainda pairava uma dúvida, ela se dissipou na noite de terça-feira, dia 14, em reunião no Clube dos 50, com a presença das lideranças municipais dos três partidos que agora formam a base do governo Wan-Dall: MDB, PP e PSD. Marcelo de Souza Brick (PP), atual vice-prefeito, é o pré-candidato do governo à Prefeitura de Gaspar. Uma coletiva de imprensa, para o anúncio oficial, estava marcada para essa quarta-feira (15), porém, em função da viagem do prefeito e do vice ao Rio Grande do Sul (leia matéria na página 8), o evento acabou adiado.
A dúvida, até então, era porque havia um segundo pretendente à cabeça de chapa: o vereador Ciro André Quintino (MDB), que abriu mão do seu projeto político em favor de Marcelo Brick. O vice na chapa ainda está em aberto, mas ficou definido que essa indicação virá do MDB. Nomes como o das vereadoras Franciele Back e Zilma Sansão Benevenutti, do vereador Francisco Solano Anhaia e da ex-vereadora Ivete Hammes circulam nos bastidores.
Oito anos depois, Marcelo Brick vai tentar pela segunda vez chegar à cadeira do Executivo gasparense. Ele diz que não muda muito a decisão desta terça-feira, apenas que até então não se tinha certeza de quem seria o candidato do bloco governista. Brick revela que vive o seu melhor momento na política, pois os quatro anos como vice-prefeito lhe deram conhecimento sobre a máquina pública. “A vice-prefeitura tem sido uma escola pra mim, hoje sei exatamente em que porta bater para buscar recursos para a nossa cidade. Um outro candidato, sem essa vivência de administração municipal, vai encontrar mais dificuldades no começo e um ou dois anos é muito tempo num mandato”, avalia Brick. Ele admite que o cenário político atual, com quatro pré-candidatos à Prefeitura de Gaspar da direita acende o sinal de alerta, porém, observa que a eleição municipal tem a particularidade do eleitor se identificar com o candidato pelo histórico de trabalho pela cidade. “Eu acredito que levo vantagem em relação aos outros três pré-candidatos da direita, embora respeite a todos”, enfaiza. Brick também revela que as pesquisas pré-eleitorais, realizadas pelos partidos, foram decisivas para a escolha.

Novidade
Essa será a primeira vez em 58 anos de existência que o MDB de Gaspar não terá candidato a prefeito. Esse aliás foi um dos motivos que levou o vereador Ciro André Quintino a declinar do convite para ser vice-candidato na chapa majoritária. “Não quero entrar para a história como o primeiro vice-candidato a prefeito do MDB de Gaspar. O partido sempre teve candidato a prefeito, mesmo nos piores momentos. Ciro revelou que vai tentar um quarto mandado no legislativo gasparense. “Eu sempre deixei claro que se não fosse candidato a prefeito, iria tentar novamente o legislativo; eu sei que é difícil, mas vamos à luta”, afirmou o vereador, que garantiu que irá trabalhar pela sua reeleição é pela vitória do bloco governista na eleição de 6 de outubro.

 

 

Quem é Marcelo Brick

Nascido em Gaspar há 42 anos, o advogado Marcelo de Souza Brick (PP) ralou para chegar até aqui. Aos onze anos já trabalhava para ajudar no sustento da família. Foi empregado da indústria e depois do comércio, onde iniciou como dobrador até chegar a gerente de lojas. Durante a faculdade de Direito, administrava um estacionamento. O dinheiro ia todo para pagar a faculdade. Brick cursou duas pós-graduações, uma em Controle Interno e outra em Políticas Públicas Municipal. Depois de formado foi atrás do sonho de entrar para a vida pública. Foi gerente de Projetos Especiais da extinta Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) e Diretor de Controle Interno na Prefeitura de Blumenau. Em 2012, enfim o sonho de se tornar vereador em Gaspar com o bônus de ter sido o mais votado. Em 2016, tentou um voo mais alto: a cadeira de Prefeito. Acabou em segundo lugar. Desde então, carrega como trunfo os seus mais de dez mil votos conquistados e que, inclusive, o motivaram a disputar uma vaga à Câmara Federal em 2018. A experiência foi importante.
Dois anos depois, aceitou ser vice-prefeito na chapa majoritária vitoriosa, cargo que ocupa no momento. No meio do caminho, mudou de partido. Saiu do PSD e foi para o Patriotas em 2022, numa tentativa de se eleger deputado estadual pelos votos de legenda. Não deu certo. Sem partido desde então, flertou com o PL, tentou reatar com o PSD, mas acabou no PP no final de 2023.