Essa é a proposta do livro ?Identidade e Identificações?, com lançamento nesta quarta-feira (4)

“Identidade e Identificações na Produção Musical Contemporânea” faz uma análise profunda das identidades que se afirmam através da música ou gêneros musicais. O livro, de autoria dos professores Willian Robson Soares Lucindo, Carlos Augusto França Ferreira e Fernando de Castro, é uma parceria entre a Editora Traços & Capturas, de Itajaí, e a Univali. O lançamento acontece nesta quarta-feira (4), a partir das 19h, no auditório do Centro de Vivências do campus da Univali, em Itajaí, acompanhado de uma palestra do Professor Gustavo Balbueno de Almeida que, junto com Monique Francielle Castilho Vargas, é organizador do livro. 

Identidade e Identificações vai do samba, passando pelo rap até desembarcar no rock nacional. A abordagem da identidade musical negra é feita por intermédio dos sambas-enredos das escolas e da cantora Clara Nunes (1942-1983), enquanto a identidade gaúcha, outra vertente analisada, tem como foco a banda Engenheiros do Havai. O rap também está presente nesta busca dos autores por identificar as raízes da música brasileira. Por fim, a própria evolução do show-bizz, por intermédio da análise da Revista Bizz, evidenciando de que forma os meios midiáticos foram se adaptando à questão das mudanças da identidade da juventude atual,

O professor e editor da Traços & Capturas, professor de História André Soltau, explica que os autores buscam muito mais do que a identidade de país, eles afirmam as diferenças, a multivariedade de ritmos brasileiros e pesquisam, por meio da música, modos de “descolonizar” nossos ouvidos. “São contemporâneos do produtivo rock nacional com letras que são crônicas de uma década, encantam-se com o molejo africano de Clara Nunes, provocam o leitor a voltar para livros escolares e reencontrar ali o discurso hegemônico ou reafirmam novos ritmos musicais como um caminho de democratização do ensino no país e, não contentes, buscam identidades regionais tão distintas em um país com milhares de expressões sonoras”, observa. Para Soltau, escutar é uma arte, e para os brasileiros, uma arte que exige desprendimentos.

Hoje, lembra o professor, é lei o ensino de música nas escolas e, junto com ela, devem estar as diferenças.  “Seremos um país que passa pelo rock e vai ao axé, do pop ao forró, da lambada ao brega, da MPB ao samba, da milonga brasileira à bossa nova, do pagode ao reggae roots, do sertanejo ao rap entre tantos. Somos múltiplos, somos vários, somos muitos”, finaliza.