Em programa da entidade, eles têm a oportunidade de conhecer outros países e culturas

Imagina você poder viajar o mundo e conhecer lugares que sempre sonhou. E mais, vivenciar  a cultura e o dia a dia deste novo país através da visão das pessoas de lá, se tornando um membro da família que te acolhe do outro lado do mundo. Tudo isso dentro de um programa que te incentiva a exercitar o teu lado solidário e voluntário. É mais ou menos isso que acontece no Programa de Intercâmbio de Jovens (PIJ), do Rotary Club. 
Rafael Pacheco, membro do Rotary Club Gaspar e coordenador do PIJ, explica que o programa de intercâmbio é voltado para os jovens de 12 a 18 anos que participam do Interact, braço jovem do Rotary. De acordo com Rafael, o PIJ tem uma duração de dois anos, sendo um ano de preparação e o segundo é o intercâmbio no país escolhido. "Durante a preparação, os jovens passam por várias etapas, com testes e provas. Além disso, também é cobrado o comprometimento com a entidade e com os trabalhos aqui desenvolvidos, além da dedicação escolar. Assim, os interessados em participar do intercâmbio são ranqueados, onde os melhores posicionados tem a vantagem de escolher entre as opções de países primeiro", revela Rafael. 
Nos últimos dois anos, cinco gasparenses participaram do Programa de Intercâmbio de Jovens. De forma resumida, o PIJ funciona da seguinte forma: a família do interessado em participar do programa passa a também fazer parte do Rotary, quando o jovem é aprovado ele irá para algum país, enquanto outro jovem, que também deve integrar o Rotary em seu país, é enviado para cá. "Um filho vai e outro filho vem. A grande diferenciação deste programa em relação aos outros intercâmbios é que todos são voluntários. A troca de 'famílias' é benéfica, uma vez que cria e fortalece laços afetivos. Realmente nos sentimos recebendo um membro de nossa família", afirma Rafael Pacheco. 
A gasparense Caroline Reinert Nicoletti é uma das jovens que integram o Interact no município e que participou do programa. A jovem, que já presidiu o Interact em Gaspar, conta que PIJ possibilita uma experiência única, e que ela levará para toda sua vida. "O lema do programa é: 'o melhor ano da sua vida'. E é isso mesmo. Sempre tive o sonho de conhecer a Itália, e o programa me possibilitou realizá-lo", disse.
A jovem foi enviada para a cidade Lipari, uma pequena ilha de cerca de 10 mil habitantes, na região da Sicília. A ilha faz parte do arquipélago das Ilhas Eólias, formada por mais seis ilhas. Caroline passou 11 meses hospedada na casa de membros da comunidade, convivendo diariamente com a família. "O laço que criamos com eles é muito forte, realmente nos sentimos acolhidos e integrantes da família que nos recebe. Até hoje mantenho contato com eles. Meu pai sente um pouco de ciúmes quando falo com eles, pois também os chamo de pai e mãe", brinca ela. 
Mesmo com toda animação e ansiedade para conhecer o novo país, Caroline diz que foi um choque quando conheceu o pequeno local. "No começo você se assusta um pouco. O arquipélago só tem uma escola, então acaba que você passa a conhecer todo mundo, fazendo com que a interação seja constante". Para ela, o grande diferencial da viagem não foi o clima, nem a cultura, e sim, a qualidade de vida das pessoas de lá. "Eles trabalham só seis horas por dia, e podem estar com a família todo o restante. Isso é maravilhosos, a cultura de sentar à mesa e conversar sobre o dia é comum, percebi o quanto isso é bom. A experiência mudou meu modo de ver o mundo, é algo que levarei para toda a vida e nunca esquecerei", finaliza.
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O programa de intercâmbio não traz experiências apenas para os jovens. Os familiares também participam e se envolvem em todos os momentos do programa, principalmente ao receber jovens de outras nações. O Rotary Gaspar está hoje com a visita de dois jovens estrangeiros. O mexicano Gérman Garcia Mercado, e o indiano Abhay Bharat Gurav. Ambos os intercambistas ficaram em Gaspar pelos próximos 11 meses. 
Ainda que estejam há pouco tempo no Brasil, tanto Gérman quanto Abhay, se mostram surpresos e felizes com a recepção dos brasileiros. A receptividade foi lembrada por ambos ao falarem do que mais chamou atenção deles até aqui. Questões culturais e alimentação também ganharam destaque nas palavras dos jovens.
Mais adaptado ao país, já arriscando as primeiras palavras em português, o mexicano Gérman se encantou com as pessoas e com a nossa cultura. Ele conta que a sua primeira opção na lista de países era a França, mas que se surpreendeu com o Brasil e está muito feliz em ter vindo para cá. "Me senti muito feliz com a acolhida. Apesar das diferenças, já estou me habituando à cultura e estilo de vida daqui. As comidas são agradáveis e as pessoas muito simpáticas. Até o momento não enfrentei muitas dificuldades, as línguas são parecidas e o clima agradável", relata o jovem que gosta de futebol, mas prefere o futebol americano. 
Já Abhay está mais eufórico. Vindo do país asiático, o modo de vestir e as comidas do Brasil foram o que mais chamaram a sua atenção. "No meu país, as roupas são mais tradicionais. Basicamente existe a roupa do dia a dia e a roupa de ficar em casa, já aqui as pessoas se vestem mais à vontade. 
As variedades de vegetais e frutas também são bem diferentes da Índia. As pessoas são mais amigáveis aqui e receptivas, diferente do meu país, onde são mais fechadas", conta. Apesar de ser vegetariano, e das vacas serem sagradas na Índia, Abhay veio disposto a ter novas experiências e já experimentou até um bife, do qual disse ter adorado. Por questões culturais, a limpeza das ruas e o modo de se vestir na praia também foram experiências novas que chamaram a atenção do jovem indiano. "A vida aqui é mais confortável. Ruas são limpas e o trânsito organizado, muito diferente da Índia", encerra.