Há quase dez anos, o casal Rebello é proprietário do mercado que é referência no bairro


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Nivaldo (C) e a esposa Andreia construíram uma imagem de qualidade nos produtos e atendimento / Foto: Daniel Schattschneider/

Sair da zona de conforto e experimentar novas oportunidades nem sempre é uma decisão fácil. O casal morador do bairro Bateias, Andreia e Brahian Rebello, teve essa iniciativa ao apostar em um projeto novo, do qual eles nunca haviam experimentado antes. O ano era o de 2011. Depois de um começo difícil, de muito aprendizado, o Mercado Bateias, na Rua José Rangel, a principal do bairro, virou ponto de referência de compras.

O proprietário anterior era Nivaldo Lippmann, atual dono do Mercado Barracão. Sem conseguir dar conta de dois comércio, ele fez a oferta ao casal Rebello.Nivaldo conta que procurou por pessoas de confiança, que tivessem condições de manter a qualidade dos produtos e atendimento que sempre foram marcas do Mercado Bateias. "Ele (Brahian), a esposa (Andreia), e também o Pedro [pai de Andreia] são pessoas maravilhosas, que corresponderam às minhas expectativas", elogia o comerciante.

Na verdade, tudo começou por intermédio de Pedro, cliente antigo do mercado e pai de Andreia, que indicou a filha e o genro para tomar conta do negócio. Nivaldo afirma que percebeu, na primeira conversa, a confiança necessária para repassar o negócio adiante.

E mesmo depois de ter vendido o Mercado Bateias para o casal Rabello, Nivaldo seguiu ajudando. "O Nivaldo ajudou bastante lá no início, quando não tínhamos experiência", admite Brahian, até então empregado de uma talharia. Agora, não dá pra dizer que a família de Brahian nunca esteve à frente de um comércio. Seu avô, Alfredo Philemon Rebello, foi dono de um comércio no bairro. "Eu era criança, e acompanhava meu avô no trabalho", relata Brahian. Ele diz que se baseou em alguns ensinamentos do avô para manter o bom nome do Mercado Bateias na prça.

"É legal quando você encontra fornecedores que trabalhavam na época que o meu avô tinha comércio, há mais de trinta anos", comenta Brahian. Ele também lembra que os clientes que descobrem que seu Alfredo era seu avô passam a também demonstrar confiança. "Eu tenho muito orgulho do que o meu avô fez e construiu aqui no bairro. Gerou crédito", observa.

Desenvolvimento do bairro

Brahian e Andreia trabalharam durou no Mercado Bateias, numa época em que os bairros Barracão e Bateias e a localidade do Óleo Grande ainda não haviam experimentado um crescimento tão vertiginoso. "Há uma grande diferença do bairro de hoje e o que era há dez anos", afirma o comerciante. "Tem muita casa saindo lá trás [próximo ao pico do Bateias]. Tem muita empresa têxtil que se instalou aqui também", comenta.

O crescimento do bairro também levou o casal Rebello a investir na ampliação da infraestrutura. "Precisei instalar um sistema de climatização. Assim, os clientes se sentem mais à vontade aqui dentro", explica Brahian.

Porém, o casal destaca o acolhimento da comunidade ao comércio, pois isso faz com que eles se sintam parte do crescimento e desenvolvimento da região. "Criou-se um ambiente muito favorável para que o empreendimento adquirisse um bom conceito junto aos moradores da região".

Brahian enfatiza ainda do contato olho no olho dos clientes, o que ajuda muito. "O açougue do mercado é bem conceituado, mas oferecemos vários outros produtos. Nós [eu e a esposa] nos sentimos mais parte da comunidade com isso, os clientes conversam com a gente", revela Brahian. E se o negócio vai bem, novos projetos começam a surgir. O casal pretende, em breve, remodelar toda a fachada do mercado. "Vamos modernizar", complementa.

O impacto da pandemia nas vendas

Se para a maioria a pandemia da COVID-19 gerou prejuízo, para o Mercado Bateias foi diferente. Segundo Brahian, ocorreu um verdadeiro corre-corre ao estabelecimento, o que, de certa forma, foi uma surpresa. "No início da pandemia, tivemos um aumento significativo nas vedas. As prateleiras ficavam vazias rapidamente", conta Brahian.

O mercado também precisou repensar a estratégia de entregas a domicílio (delivery), algo que já ocorria antes. Com a população em casa, o aumento de pedidos para a entrega de produtos em casa cresceu bastante. "É importante que se pense no cliente. O bairro tá crescendo bastante. As empresas estão vindo. E as pessoas estão ajudando a gente na comunidade. Então, precisamos aproveitar isso para investir nas melhorias para agradar o nosso cliente", finaliza Brahian.