Muda o perfil dos turistas que visitam o Estado
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Dados da epsquisa foram divulgados na segunda-feira (27) pela Fecomércio SC (Fotos: Louise Françõis/AdjoriSC)
Aumentou o público das classes D e E e diminuiu a presença da classe A
A Fecomércio SC divulgou nesta semana os dados da pesquisa Turismo de Verão 2017, que avaliou os números do litoral catarinense durante a temporada de verão. O estudo foi feito com turistas e empresários de Florianópolis, Balneário Camboriú, Imbituba, Laguna e São Francisco do Sul, cinco principais destinos catarinenses. Os dados mostram principalmente que houve um aumento de público das classes D e E, (7% no ano anterior para 16% neste) e uma diminuição da classe A (turismo de luxo).
"O que observamos foi uma mudança no perfil do turista, expresso na classe social preponderante e no gasto médio menor. A desvalorização do dólar em relação ao ano anterior pode ter impactado na queda no número de visitantes e no poder de compra dos países vizinhos, sobretudo da Argentina, Uruguai e Chile, tradicionalmente responsáveis por uma boa fatia do turismo catarinense", explica Bruno Breithaupt, presidente da Fecomércio SC. Houve um crescimento de turistas com idade acima de 60 anos principalmente, em Laguna, São Francisco do Sul e Balneário Camboriú. Florianópolis é o destino preferido dos jovens. Com a incidência maior das classes D e E, o gasto médio dos turistas nessas cidades acabou diminuindo, pelo poder de compra ser menor, o resultado ficou em R$ 3.085,00, uma redução em torno de R$ 300 em relação ao ano anterior.
No critério de avaliação a melhor nota recebida foi a da experiência vivida, com 4 pontos (o máximo é 5) e a pior avaliação foi no que se refere a banheiros acessíveis, principalmente nas praias (nota 2,63). Para os empresários o comércio e a hospedagem tiveram a pior avaliação da série histórica. A forma de pagamento mais usada continua sendo a do cartão de crédito a vista, porém ouve um aumento nas compras de cartão de crédito parceladas de 9,4% em 2016 para 26,5% em 2017.
Avaliação
Após a apresentação dos dados houve discussão, mediada pelo professor Alexandre Biz, com a presença do presidente da Embratur, Vinicius Lummertz; do secretário de Estado do Turismo, Leonel Pavan; do secretário de Turismo de Florianópolis, Vinicius De Lucca Filho; e de João Eduardo Moritz, presidente da Câmara Empresarial de Turismo Fecomércio SC.
Pavan diz que há vários fatores que contribuíram para que se chegasse a esse resultado. "Se temos que achar um culpado, eu diria que foi a economia, a crise e a mudança do câmbio. Mas também precisamos fazer um mea culpa, pois temos muitos problemas de infraestrutura, de falta de investimentos no turismo, claro que um dia isso se refletiria um dia".
Lummertz pontua que "nós vivemos um turismo de passado, turismo precisa de novidade", referindo-se a falta de investimento e novidades no setor: "O turismo precisa estar na pauta política, precisa ter a sua importância econômica reconhecida. Pois um setor forte transforma tudo a seu redor, tanto comércio quanto indústria". Ele falou também da importância de um plano diretor para que a estrutura esteja satisfatória e atraia também investimentos.
De Lucca diz que é preciso que as pessoas entendam que a iniciativa privada também é parceira do Turismo, não apenas o governo. "Precisamos ter a visão de que o turismo é um segmento econômico muito importante. Temos que viabilizar os caminhos para que os empreendedores queiram investir aqui".
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