O curta Quinta Coluna está sendo rodado em Pomerode

A repressão, o medo e o clima de terror que as colônias alemãs sofreram durante a Campanha de Nacionalização imposta por Getúlio Vargas entre 1937 e 1945 dão o tom ao curta-metragem Quinta Coluna. Rodado em Pomerode pela produtora CineramaBC Filmes e Epic Studio, ambas catarinenses, o filme de Carlos Daniel Reichel tem no elenco principal os atores Paula Braun e Marcos Azevedo.
O Mundo Antigo, um complexo turístico em estilo germânico com as características da época dos imigrantes, e as próprias estradas de Pomerode são parte do cenário para o filme, que conta a perseguição e o clima vivido pelos descendentes alemães no Sul do Brasil, em 1942.  O termo Quinta Coluna, que dá nome ao filme, era usado para se referir pejorativamente aos brasileiros descendentes dos imigrantes alemães, que falavam alemão numa época que era proibido. Segundo o Carlos Daniel Reichel, até mesmo na escola as crianças de descendência alemã eram chamadas dessa forma.  “É um termo usado para se referir a grupos clandestinos que trabalham dentro de um país, ajudando a invasão armada promovida em caso de guerra. Serve também para designar todos que auxiliam a ação de forasteiros, mesmo quando não há previsão de invasão”, explica.

O filme
O curta conta a história de Thomas, um adolescente que perdeu o pai há pouco tempo e vive com sua mãe, Karin, no sul do Brasil de 1942. Descendentes de imigrantes alemães, Thomas e Karin precisam lidar com as proibições impostas pelo governo brasileiro e com a desconfiança de uma sociedade contaminada pelo medo da guerra. Thomas é um jovem que quer manter a memória de seu pai viva. Já a mãe resolve queimar os pertences alemães de seu falecido marido para evitar problemas com a lei. Em meio a agitação política, Quinta Coluna busca levar ao público um filme onde o bem e mal nem sempre mostram sua verdadeira cara.

JM produziu caderno especial sobre o tema

Há passagens da história da humanidade que precisam ser melhores apuradas ou estudadas  pelos pesquisadores. Sem pretender invadir a seara dos especialistas, a equipe de reportagem do Jornal Metas produziu, no final de 2010, o projeto especial intitulado “O Silêncio das Vozes”,  abordando os impactos da 2ª Guerra Mundial na vida do povo teuto-brasileiro do Vale.
Enquanto a Alemanha nazista invadia seus vizinhos, por aqui famílias descendentes passaram a sentir os efeitos dos atos de Hitler e seus comandados. Não havia disparos de armas, mas a guerra era psicológica. Os brasileiros passaram a discriminar os descendentes de alemães. Cenas de humilhação pública e preconceito passaram a se tornar rotina na medida em que as notícias da propaganda anti-nazismo se espalhava pelas Américas.
O período conhecido por nacionalização, durante o Governo de Getúlio Vargas, foi impiedoso com os teuto-brasileiros e não pode jamais ser esquecido na história. O especial rendeu ao JM o primeiro lugar na categoria projeto especial do 12º Troféu Pena de Ouro, promovido anualmente pela Associação dos Jornais de Interior de Santa Catarina (Adjori - SC).