Atividades literárias foram realizadas na Frei Godofredo, no bairro Sete de Setembro

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A cultura afrodescendente ganhou destaque durante a sexta-feira (17), na Escola Frei Godofredo, no bairro Sete de Setembro. O movimento, em alusão ao Dia Nacional da Consciência Negra, contou com diversas manifestações literárias. A programação foi dividida em duas partes: no período da manhã foram realizadas contações de histórias e, à tarde, o Sarau Literário. A primeira atividade foi organizada pela professora de artes, Angela Maria Rosa Custódio, e desenvolvida com os alunos do terceiro ano do ensino médio, com a participação da mediadora de leitura da prefeitura, Liliana dos Santos. Durante toda a manhã, os estudantes do "terceirão" se transformaram em mediadores de leitura e contaram diversas histórias para os outros alunos da escola.

As leituras foram realizadas em tendas, no ginásio, com enredos que priorizavam a identidade e valorização da autoestima dos afrodescendentes. "O preconceito é latente e, por isso, precisamos discutir o assunto. No ano passado fizemos uma pesquisa interna e 10% dos alunos se declararam racistas. Acredito que um movimento como este, na escola seja, importante para mudarmos esta realidade", explica Ângela.

Durante o sarau, organizado pela professora de língua portuguesa, Thaísa Quadros, foram realizadas, pelos alunos do ensino médio, apresentações de teatro, música, declamação de poesias e leitura de histórias. "Nosso objetivo é a conscientização dos estudantes. Temos que mostrar para eles que não há razão para o preconceito", defende Thaísa. O movimento contou ainda com a presença do escritor carioca, Otávio Júnior, que veio do Rio de Janeiro (RJ) especialmente para participar das atividades na Frei Godofredo. "Ele é negro e um exemplo vivo de sucesso e superação no campo literário", afirma a professora. 

O escritor, de 33 anos, explica que trabalha com a literatura infantil e que tenta, em suas histórias, valorizar a cultura afrodescendente. "Coloco a identidade negra nos meus livros, pois sentia que muitas crianças e adolescentes não se identificavam com o que viam em várias obras", justifica.

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O aluno do terceiro ano do ensino médio, Anderson Horn, de 18 anos, que participou das atividades, enalteceu a importância do movimento. "A ação é muito interessante, pois hoje ainda há muita discriminação com os negros. A maioria das pessoas ainda faz piada com eles, é uma questão cultural totalmente errada. Precisamos entender que não existe diferença entre os seres humanos. Somos todos iguais".   

Feira Literária
A partir de segunda-feira (21), a programação da Semanda da Consciência Negra em Gaspar continua com a Feira Literária "Caminhos da África", que será promovida na Sala de Leitura Vinicius de Moraes, no Centro da cidade, e no Centro de Artes e Esportes Unificados (CEU), no Gaspar Mirim. As atividades, que fazem parte do projeto Semear, desenvolvido pela Secretaria de Educação, Biblioteca Pública Dom Daniel Hostin e Fundação Bunge, acontecem até o dia 25 de novembro. A programação, gratuita e aberta à comunidade, contará com contações de histórias, oficinas, apresentações de dança e teatro.