Musa e música são palavras com mesma origem etimológica, coincidência
Você sabe quem foi a Amada Amante? Ou para quem Flávio Venturini escreveu os versos de Espanhola? De onde Dorival Caymmi buscou inspiração para compor Marina? Será que Amélia era mesmo a “mulher de verdade”? E a cigana Sandra Rosa Madalena era cigana mesmo? Qual o veneno da Menina Veneno, interpretada pelo cantor Richie nos anos 80? Qual a relação da Kátia Flávia, a louraça belzebu, com um exocet? No livro Musas & Músicas - a mulher por trás da canção, da jornalista Rosane Queiroz, você descobrirá a identidade das mulheres que foram musas inspiradoras dessas e de outras músicas, bem como a relação que havia entre elas e os compositores.
O livro, lançado no final de 2014, traz um time de primeira linha de mulheres que inspiraram canções ao longo da história da música popular brasileira. Quem nunca ouviu falar de “Garota de Ipanema”, de Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes, clássico da MPB que embalou gerações desde a década de 60. Heloisa Eneida Menezes Paes Pinheiro, a Helô, a musa inspiradora de Tom e Vinicius passava pelo bairro carioca e impressionava a todos com sua beleza. A menina de apenas 15 anos se tornou ícone da canção, que ainda hoje representa a música brasileira no exterior sendo interpretada em dezenas de outros idiomas.
Algumas dessas musas não se sabe se realmente existiram ou se simplesmente nasceram da inspiração de compositores que buscavam retratar nestas mulheres o perfil ideal do amor. Amélia, Anna Julia, Bete Balanço, Conceição, Dinorah-Dinorah, Gilda, Kátia Flávia, Cristine, Madalena, Marina, Sônia, Menina Veneno, Morena Tropicana, Mulheres, Preta, pretinha, Sandra Rosa Madalena, Tigresa, Vera Gata e tantas outras foram cantadas em verso e prosa e ainda hoje estão por aí, para provar que elas foram e continuam sendo a principal fonte inspiradora das mais belas canções da música brasileira, afinal, as palavras “musa” e “música” têm a mesma origem etimológica da Grécia antiga. Por isso, não por acaso toda a grande mulher merece ter uma canção só sua.
Internacionalmente, as mulheres também tem presença forte em canções famosas, como Angie, dos Rolling Stones. Outros sucessos como “Life on Mars?” de David Bowie, “Uptown Girl” de Billy Joel e “Je T’Aime Moi Non Plus)” de Serge Gainsbourg, são descritos no livro “Músicas & Musas: A verdadeira história por trás de 50 clássicos pop”, de Michael Heatley e Frank Hopkinson. O livro traz verdadeiras minibiografias femininas e histórias curiosas da origem de algumas dessas canções, como a música inspirada por Lucy O’Donnell, fruto de um desenho de Julien Lennon, filho do ex-Beatle John Lennon e Cynthia Lennon. Aos 4 anos, o menino desenhou Lucy, sua colega do jardim da infância, rodeada por estrelas e formas variadas. Foi quando Julien levou a pintura aos seus pais e disse “Its Lucy in the Sky with Diamonds” (“é Lucy no Céu com Diamantes”). A frase veio a se tornar uma faixa do álbum Sgt. Pepper’s dos Beatles, imortalizando a menina com olhos de caleidoscópio.
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