São mais de 500 coelhos em madeira, resina e pelúcia

Na esquina entre as ruas Bertoldo Simon e Leoberto Leal, no Centro de Ilhota, está localizada a casa de Armandio Bernardi e Margarida Horr Bernardi. De longe já é possível perceber que a residência é especial. As quatro árvores enfeitadas com várias casquinhas - um dos mais tradicionais símbolos da Páscoa - não deixam dúvidas: ali é a "Casa do Coelho". Quem passa em frente à residência nem imagina o que a casa "guarda" em seu interior. São 505 coelhos (feitos de madeira, resina ou de pelúcia), outras seis árvores e mais de mil casquinhas, além de vários outros enfeites, como guirlandas, toalhas e pratos decorados. Tudo produzido pelas delicadas e talentosas mãos de Margarida.

Ela explica que desde criança teve paixão pelas artes - aptidão que herdou da mãe, Carolina Arns Horr, uma "fera" dos desenhos. Em 1982, Margarida fez seu primeiro curso de pintura em tecido e, de lá para cá, nunca mais abandonou o universo das artes. Ela deu cursos em Blumenau, Ilhota e Gaspar, mas nunca deixou de fazer seus enfeites.  Margarida conta que não planejou a Casa do Coelho, foi algo que surgiu ao natural. "Comecei enfeitando aos poucos e a cada ano a decoração foi crescendo. Hoje, mais da metade da casa fica enfeitada tanto na Páscoa quanto no Natal", afirma.

E o trabalho encanta: é impossível ficar indiferente à decoração e, todos os anos, a casa de Margarida vira atração na cidade. Palmas em frente a sua residência e o toque constante da campainha são rotinas durante toda a quaresma. "Recebemos a visita de alunos das escolas e creches do município e também de pessoas de outras cidades, como Brusque, Gaspar e Blumenau. Só no ano passado, quase mil crianças passaram por aqui", revela. E sabe como Margarida controla estes números? Ela dá aos visitantes um pirulito. "Eu adoro receber estas visitas, principalmente das crianças. Elas ficam encantadas com o que veem", diz. A casa e seus tantos enfeites, segundo a artesã, podem ser explorados gratuitamente. 

Ela explica que reaproveita o material de um ano para outro. "Há alguns enfeites que são novos, mas a maioria são reaproveitados. Eu apenas faço alguma modificação ou troco de lugar para que a decoração não fique igual ao ano anterior", afirma. Margarida conta que faz isso por prazer. "Não adianta insistir que não vendo nenhum dos enfeites que tenho em casa", alerta. Caso alguém goste muito de algo, ela até aceita encomendas. A artesã também pinta quadros e roupas e faz crochê. Para ter sucesso, ela dá a dica: "é preciso ter muita paciência e capricho para ter a qualidade", finaliza.