Gasparense faz cachecóis para doação

Ocupar a mente, ajudar outras pessoas e, ainda, fazer o que mais gosta. Difícil? Não para a moradora do bairro Bela Vista, Irene Demmer. Aos 83 anos, a aposentada não quer saber de "folga". Ela utiliza o tempo livre para exercitar seus dotes no que sabe fazer de melhor: tricô e crochê. Além disso, Irene aproveita seu conhecimento para reforçar a solidariedade: ela produz os cachecóis gratuitamente, para serem doados a abrigos e asilos da região. "Me sinto a pessoa mais feliz do mundo fazendo isso para os idosos. É muito gratificante", garante Irene. 

Nesta semana, ela pretende terminar uma nova remessa. Serão mais de cem cachecóis que serão entregues para asilos na praia do Gravatá e em Penha, no litoral norte. Além disso, ela irá doar ainda algumas mantas e gorros. "Sabemos que tem pessoas que não tem condições de comprar, por isso eu gosto tanto de ajudar", afirma. Irene faz questão de entregar a doação pessoalmente e, quando a produção é finalizada, alguém sempre a leva até o asilo beneficiado. "Eles ficam tão felizes em receber o presente", justifica.   

Toda a matéria-prima - agulhas e lã - Irene ganha de familiares, amigos, conhecidos, lojas e empresas. "Nunca me falta o material. Quem me conhece, sempre ajuda", garante. Ela conta que começou a fazer os cachecóis para doação há três anos e nunca mais parou. Depois que ficou viúva, há 10 anos, o tricô e o crochê se tornaram uma terapia para ela. "Sem isso, eu não vivo. Enquanto eu tiver saúde, vou continuar produzindo e doando", garante. E, para o ano que vem, ela planeja novidades. "Quero começar a fazer sapatilhas, para que os idosos possam esquentar os pés no inverno", revela.  Irene explica que, assim, ela mantém a cabeça em atividade. "É uma forma que encontrei para viver bem. Não sinto dores de cabeça, nem nas costas e pernas", orgulha-se.

Ela lembra que o tricô e o crochê entraram em sua vida por uma questão de necessidade e, logo, se tornaram uma paixão. "Logo depois que casei, comecei a fazer tricô e crochê para completar a renda da família, pois meu marido ganhava pouco", recorda-se. Irene diz que aprendeu a técnica sozinha, fazendo, desmanchando e refazendo os produtos. Logo, ela se tornou experiente no assunto e passou a dar aulas na cidade. Mesmo aposentada, ela continua a compartilhar os conhecimentos, sem pedir nada em troca. "Até hoje eu ensino outras pessoas, principalmente se é alguém que está triste, doente. Pois o tricô e o crochê ajudam elas a melhorarem". Irene afirma que produz três cachecóis por dia e que utiliza, para cada um deles, um novelo de lã. "Sento na minha cadeira, ligo a televisão e começo a produzir. Faço um cachecol de manhã, outro à tarde e o outro à noite".