85 anos bem vividos
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Herbert: ?O segredo para viver bastante é trabalhar bastante? (Fotos: Kássia Dalmagro/Jornal Metas)
O que não falta é saúde, bom humor e disposição para Herbert Schramm, que completa oito décadas e meia de vida
Um lindo dia de sol com uma temperatura amena - bem como Herbert Augusto Schramm gosta. Assim foi a quinta-feira (27), data em que o conhecido morador do bairro Figueira completou 85 anos de idade. Bem humorado, ao completar as mais de oito décadas de vida, Herbert relembrou histórias da sua juventude e curiosidades sobre a cidade onde nasceu e vive até hoje. Com Edeltrudes Spengler Schramm, a dona Traldi, Herbert se casou em julho de 1960. Eles tiveram cinco filhos, todos ainda morando em Gaspar. A família cresceu com a chegada dos genros e noras e os sete netos - única preocupação de Herbert hoje. "A vida agora é tranquila, de descanso", diz. Foi com esta calmaria que o agricultor aposentado recebeu a equipe do Jornal Metas.
Se hoje Herbert tem tempo para ficar na cadeira de balanço na varanda de sua residência, cuidar da horta e dos piriquitos é porque durante muitos anos ele se dedicou arduamente ao trabalho braçal. Este é, inclusive, o segredo da longevidade para Herbert. "Trabalhar bastante. Como diz o ditado, o trabalho não mata ninguém". Herbert nasceu no bairro Gaspar Grande e aos 13 anos se mudou para o Figueira com a família. Ainda adolescente, passou a ajudar os pais na agricultura, no plantio da cana-de-açúcar e na fabricação de cachaça. Depois plantou a arroz e criou gado. Herbert dedicou-se à agricultura até 2000; aos 68 anos, decidiu que era a hora de parar. Hoje, as quadras de arroz deram lugar ao plantio da Palmeira Real, atividade exercida por um de seus filhos, Rui José Schramm.
Sexto filho de Antônio Frederico Schramm e Gertrudes Demmer Schramm, Herbert não se dedicou apenas à agricultura. De família religiosa, sempre foi bastante envolvido com as atividades da Paróquia São Pedro Apóstolo. Ele ajudou, inclusive, na construção da nova igreja matriz. Aos 19 anos entrou para o Coro Misto Santa Cecília e começou a tocar no Banda São Pedro. "Comecei com o clarinete e depois passei a tocar saxofone. Permaneci na banda por 61 anos". Com carinho, ele recorda das inúmeras viagens que fez com o grupo e das festas que animavam. "Toquei em muitos carnavais na Sociedade Alvorada. Eu adorava aquelas festas". Hoje, também está aposentado da vida de músico.
Desde a juventude, Herbert mora às margens da rua Anfilóquio Nunes Pires e, na juventude, o rio Itajaí-Açu foi uma de suas principais diversões de fim de semana. "Eu tomava banho no rio. Naquela época, a água era limpa, dava até para beber", garante. Herbert também se divertia quando o trem passava bem próximo da sua casa, já que um trecho da estrada de ferro cruzava o seu terreno. "Quando o trem passava, meus filhos saíam correndo para ver. Lembrar da última viagem da Maria Fumaça dói no coração", diz com olhos marejados. Talvez poucos saibam, mas no passado Gaspar chegou a ter dois cinemas - hoje não tem nenhum. E os filmes preferidos de Herbert eram os faroestes. Todas estas passagens, o morador do Figueira guarda na lembrança. No almoço deste domingo (30) ele estará com a família para, mais uma vez, comemorar o seu aniversário e retirar do fundo do baú algumas destas belas histórias da sua vida.
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