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Pela terceira vez nas últimas três legislaturas, a eleição da Mesa Diretora acaba em quebra de acordo e acusações de traição. Assim como aconteceu nas duas últimas legislaturas, parlamentares mulheres viram a chance de se tornarem a primeira representante do sexo feminino no comando da Casa escapar entre os dedos. A vez agora foi da vereadora Franciele Back (PSDB), que chegou ao plenário, acompanhada por uma comitiva de seu partido e familiares, acreditando que entraria para a história, e acabou apenas fazendo parte de uma história repetida. A traição às mulheres definitivamente se tornou corriqueiro na Câmara e levanta um debate importante, até onde é saudável e democrático se fazer acordos pelo poder, em especial pelo comando do Legislativo? Outra dúvida também se levanta nesse momento, o que virá antes: a eleição de uma mulher, ou uma nova traição?

Ataques

Após a confirmação da eleição de Silvio Cleffi (PSC) como novo presidente do Legislativo para 2018, o que se viu foi uma sequência de ataques ao novo presidente. Os vereadores da base governista se revezaram um a um em discursos condenando a atitude de Cleffi. Traição e falta de caráter foram os termos mais usados, mas até passagem da bíblia foi usada para atacar Cleffi, que faz parte da congregação Assembleia de Deus, a mesma do prefeito Kleber Wan-Dall.

Ataques 2

Não teve quem não se sentiu constrangido com a sequência de ataques - e até alguns insultos velados - dirigido ao novo presidente do Legislativo. Mesmo se mostrando tranquilo, Cleffi precisou se segurar para não responder diretamente à vereadora Franciele Back, que dirigiu o discurso mais pesado, e até colocou o dedo em riste quando se dirigia ao vereador. É fato que uma traição em um momento delicado nunca é tranquilo. Porém, o ataque da base governista ao ex-aliado coloca em dúvida até mesmo a vantagem do Executivo em contar com a maioria dos vereadores nos momentos de votação. 

Ataques 3

Acusado de faltar com a palavra, não ter ética e um caráter duvidoso, o médico e vereador Silvio Cleffi garantiu que a sua eleição não siginifica que irá partir para a oposição ao governo Wan-Dall. Ainda que avalie que a sua decisão de compor uma chapa com a oposição foi motivada pela falta de apoio por parte do Executivo, Cleffi garantiu que irá continuar sendo parceiro da atual administração municipal, mantendo o seu trabalho em prol da comunidade. Ainda assim, fica a dúvida se o vereador irá realmente manter a sua posição e votar com a base governista após sofrer tantos insultos, e se o governo ainda quer tê-lo como aliado. Para a reportagem do Jornal Metas, Cleffi afirmou que não responde insultos com insultos e garantiu que irá manter um diálogo aberto com todos os vereadores e com o governo, e tem convicção que o próximo ano legislativo será um dos melhores dos últimos tempos.  

Acordo quebrado

A quebra do acordo pegou todos - da base governista - de surpresa, inclusive o prefeito Kleber Wan-Dall, quedisse não entender os motivos alegados por Silvio para quebrar o acordo e lembrou que o vereador participou de todas as principais definições do governo, tendo trânsito livre nas questões relacionadas à Saúde do município e inclusive indicando nomes para trabalhar no Executivo. O prefeito também afirmou estar disposto a continuar trabalhando em parceria com o Legislativo, porém disse não entender a motivação do vereador Cleffi, acreditando que alegadas razões dadas pelo novo presidente fazem parte do ponto de vista do parlamentar.