A CPI da Rua Frei Solano nasceu com final anunciado. Por força do Regimento Interno da Casa, a base governista formou um bloco partidiário, conquistando mais um integrante e a maioria dos votos. Dessa forma, o relatório final, único instrumento capaz de levar adiante a denúncia, acabou ajustado de acordo com o entendimento de quem sustenta que a obra foi executada de maneira correta.

Os 150 dias da CPI da Frei Solano se caracterizaram muito mais por uma queda-de-braço entre governo e oposição do que propriamente uma investigação sobre supostas irregularidades técnicas na obra a despeito dos dez depoimentos que foram prestados. O relatório final, produzido por um vereador da oposição, não poderia agradar a base governista e, se os papeis se invertessem, também não seria do agrado do outro lado. O relatório aprovado só reforça o discurso do governo de que a CPI era um ato político, uma tentativa de desestabilizar a atual administração, sem que necessariamente se tivesse a preocupação em esclarecer o óbvio.

Soma-se a isso o fato de que a obra foi concluída e, até que se prove o contrário, atende plenamente as necessidades da comunidade, que, diante disso, acabou se desinteressando pelo debate. A investigação questionou detalhes meramente técnicos que não são visíveis, ou seja, o que está no subsolo da Rua Frei Solano não é o mesmo que se previu no projeto de engenharia, algo que também não é novidade em obra pública.

A conclusão, portanto, é que a CPI da Rua Frei Solano foi uma colisão de forças no legislativo gasparense e aí não restou dúvida de quem de fato venceu o embate.