Acidentes de trânsito continuam ocupando boa parte do espaço da mídia. No Vale do Itajaí, a preocupação com o trânsito é grande, visto que a região é cortada por rodovias que tornam a mobilidade um risco diário. Obras que se arrastam, estradas mal conservadas, fiscalização frágil e projetos engavetados aumentam os riscos de dirigir na nossa região. Soma-se a isso a condução irresponsável de muitos motoristas, que arriscam suas vidas e colocam a de outros no fio da navalha. Nesta terça-feira (17), um destes motoristas sentou no banco dos réus, em Gaspar, para ser julgado por um crime de trânsito. O fato seria digno de elogios não fosse por um detalhe, o acidente ocorreu há mais de dez anos. Não se pode condenar a Justiça por tamanha morosidade e negligência, mas sim às leis que regem o país. Aos réus, independente da gravidade do crime, lhes é permitido vários recursos, apelações, liminares e outros subterfúgios que protelam ou tornam as decisões temporárias, causando ainda mais angústia e revolta aos familiares e amigos das vítimas. A sentença de sete anos de prisão em regime semi-aberto ao réu, neste caso, foi justa, mas ela ainda não será cumprida porque os advogados da defesa vão se aproveitar das brechas da lei para protelar o início do cumprimento da sentença. Enquanto as leis de trânsito continuarem frágeis, motoristas vão desafiar a tese das probabilidades, reforçando a ideia de que o Brasil é o país da impunidade.
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