É correto que as autoridades se mobilizem por medidas de segurança nas escolas. Essa é uma reação imediata e necessária à sociedade, que cobra um ambiente seguro para nossas crianças. Todavia, algumas das medidas anunciadas são paliativas, com o passar do tempo não terão continuidade, além do fato de serem questionáveis do ponto de vista da efetividade. Vale relembrar que após a tragédia de Saudade, há dois anos, muito se falou sobre segurança nas escolas, porém, o que se viu do Estado foi o aparelhamento das escolas com câmeras de vigilância. E mais nada. A contratação de vigilância permanente e armada, naquele momento, também foi discutida e descartada. Ao nos deparamos com nova tragédia, as autoridades voltam a ventilar essa possibilidade, inclusive com um projeto de lei na Alesc que a torna obrigatória. Talvez, passe a sensação de segurança, mas não é toda a solução do problema. Na verdade, precisamos, sim, de segurança, mas também rediscutir os rumos do ensino no Brasil. Existe uma visível crise na educação, onde o desafio é construir modelos de ensino muito mais adequados à realidade social, para que não formemos gerações de jovens desconectados com o mundo. Precisamos cuidar da saúde mental dos nossos jovens. Conceitos e currículos precisam ser revistos e valorizarmos não somente os professores como transmissores de conteúdo, mas também a escola como instituição multiplicadora de conhecimento num ambiente criativo, inovador, proporsitivo, atraente e, claro, seguro.
Editoriais
Deixe seu comentário