Espaços para a pesquisa, disseminação e qualificação do conhecimento, as escolas públicas no Brasil se tornaram, nos últimos tempos, um campo fértil para protestos e disputas políticas que nada ajudam na elaboração de uma pauta que contemple a reforma ampla, geral e irrestrita do ensino no país, que é o desejo da sociedade. A Ubes (União Brasileira dos Estudantes) não tem cumprido o seu papel. Pelo contrário, incita os estudantes ao extremismo de ocuparem escolas em todo o território nacional, prejudicando aqueles contrários ao movimento. Pode, sim, as ocupações terem o efeito desejado, ou seja, a suspensão da votação das Propostas de Emenda à Constituição (PEC's 241 e 55), porém, a tendência é voltarmos à estaca zero e sem diálogo.
Há de se aceitar que ocupar escolas foi a saída encontrada pelos estudantes para serem ouvidos. O Palácio do Planalto, porém, continua a fazer "ouvidos de mercador", insistindo na tese de que não haverá redução de investimentos, o que não é verdade. Outro fato que motiva as manifestações estudantis é a reforma na grade curricular do ensino médio, anunciada em setembro pelo presidente Michel Temer. O estudante passará a cursar apenas as disciplinas de seu interesse, com exceção de três delas que seguirão sendo obrigatórias.
Ora, convenhamos, que essa é mais uma proposta com o intuito de reduzir despesas ao invés de avançar na qualidade do ensino no país. As manifestações são legítimas, no entanto, sentar à mesa para dialogar ainda é a melhor escolha.
Editoriais
Deixe seu comentário