O comportamento dos motoristas ao volante tem um forte elemento psciológico que precisa ser melhor avaliado. Uma morte no trânsito não pode ser encarada apenas como um ato isolado de imprudência. Muitos motoristas, após se envolverem em graves acidentes, voltam a dirigir e reincidem no crime. Nesta semana, um motorista, embriagado, matou um motociclista em Gaspar. Ele foi mais um reincidente no crime de dirigir alcoolizado. Será este motorista um dependente químico? 
Uma avaliação mais criteriosa do seu perfil psicológico poderia ter chegado a essa conclusão e ele estaria impedido de dirigir. Hoje, apenas condutores com Carteira Nacional de Habilitação (CNH) tipos C, D e E fazem exames toxicológicos.
É preciso urgente rever o artigo do CBT - Código Brasileiro de Trânsito - que trata dos testes psicotécnico e toxicológico. Afinal, não basta saber dirigir é preciso ter equilíbrio ao volante, caso contrário as chances de provocar um acidente grave são maiores. Estes testes nos parecem fundamentais na identificação de motoristas com perfil de personalidade propensa a provocar acidentes. Os órgãos de trânsito, porém, não os consideram ferramentas importantes, tanto que o psicotécnico não é exigido na renovação da CNH. O que se faz hoje para reduzir o número de acidentes, e isso não tem sido suficiente, são campanhas de conscientização para um trânsito seguro. Todavia, uma pessoa em total desequilíbrio psicológico jamais irá se sensibilizar com este tipo de apelo, porque antes de tudo, ela precisa ser tratada.