Calcula-se que exista 1 milhão de caminhoneiros no Brasil. É, portanto, uma profissão que atinge uma parcela significativa da população brasileira. Milhares e milhares de famílias dependem do trabalho de quem todos os dias, inclusive fins de semana e feriados, precisa estar na boleia do caminhão. É uma profissão estressante. Para piorar, há muito tempo os caminhoneiros têm o seu já minguado lucro reduzido em função de uma política de aumentos equivocada do governo brasileiro em relação aos combustíveis. 
É evidente que com tanto aperto, a tendência era a situação descambar para um movimento como o que se viu nestes dois primeiros dias da semana. O governo alega que aumenta o diesel de acordo com o aumento do barril do petróleo no mercado internacional, e que os últimos meses foram de subida no preço, além do fato do dólar ter disparado. Tudo isso é aceitável, porém, não é o principal motivo para sucessivos aumentos, que já chegam a 12% em um mês. A verdade é que a elevada carga tributária - hoje em 40% em cima dos combustíveis - é que torna o preço do diesel e de outros derivados do petróleo tão absurdamente caros. Portanto, a grande questão, neste momento, é criar uma política mais justa de aumento dos combustíveis, tendo o governo que também assumir sacrifícios e não apenas transferir para o povo a conta da ineficiência.