Falta mão de obra, mas não faltam oportunidades. Talvez, melhor remuneração. A verdade é que Gaspar, uma das 20 cidades catarinenses que mais gerou empregos no ano passado, volta a realizar um mutirão para tentar preencher vagas em aberto, principalmente na indústria têxtil. São mais de 200 ofertas de trabalho com carteira assinada. Já faz tempo que o município convive com o problema da falta de mão de obra, mesmo tendo o IFSC, que qualifica para o mercado, mas, sabe-se que sobram vagas nos cursos do Instituto. Os empregadores acabam investindo em trabalhadores sem qualificação tamanha a dificuldade em preencher as vagas. A consequência é a queda na produtividade.

Aliás, o problema não é só de Gaspar, outras cidades da região enfrentam a escassez de mão de obra. O cenário revela também, mudanças que estão ocorrendo nas relações de trabalho, para alguns setores da indústria é difícil não ter o trabalhador 40 horas semanais na empresa, porém, muitos deles não aceitam mais essa carga horária, preferem a informalidade, trabalhar por conta. De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílio, realizada pelo Ministério do Trabalho, existem quase 35 milhões de brasileiros na informalidade, daí o motivo pelo qual o número de desempregados vem crescendo. Essas pessoas que perdem o emprego formal acabam sumindo das estatísticas ao ingressar na informalidade. O perigo, num futuro não muito distante, é a carteira do trabalho virar peça de museu.