A morte trágica do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, não apenas abre uma lacuna na área do Direito, pois o país perde um grande jurista, como também levanta questionamentos sobre o futuro da Lava Jato, onde o ministro era o relator do processo. A escolha do seu substituto é uma prerrogativa do presidente Michel Temer.
A despeito das suspeitas de uma "teoria da conspiração", ventiladas nas redes sociais logo após a confirmação da morte do ministro, Teori era um arquivo vivo da Lava Jato. Por isso se diz que poderá haver um retrocesso, como o adiamento de depoimentos e da homologação de acordos de delação premiada. 
Para que nada disso aconteça, surge um nome, que se fosse colocado à prova da população venceria facilmente: o do juíz Sérgio Moro, que cuida dos processos da Lava Jato em primeira instância. Moro preenche todos os pré-requisitos para assumir a vaga aberta - ter entre 35 e 65 anos, conhecimento jurídico apurado e boa conduta, porém, não tem conexão com o Governo Federal. Uma lista de mais de dez juristas já foi elaborada e o Moro não aparece nela. Acreditar na indicação de Moro para o STF é quase como crer que a Seleção do Azerbeijão possa vencer uma Copa do Mundo. 
Em contrapartida, tirar Moro da condução dos processos em primeira instância é facilitar as coisas para investigados como o ex-presidente Lula e o ex-deputado Eduardo Cunha, pois é justamente na primeira instância que estão os processos mais maduros. Além disso, corre-se o risco de ter Moro no STF, mas não como relator da Lava Jato, pois por mais contraditório que pareça a indicação do novo relator do processo vai precisar passar pelo crivo dos investigados. Neste caso, o prejuízo de ter Moro longe da Lava Jato seria muito grande para a continuidade da operação.