A pandemia impactou a saúde da população, mas também a educação de milhões de crianças e adolescentes. Os efeitos da mudança na forma do aprendizado e os novos conceitos tecnológicos de ensino que surgiram ainda levarão algum tempo para serem assimilados. Porém, o estrago já foi feito, embora pareça imperceptível. Especialistas ainda tentam entender tudo o que aconteceu em 2020 e 2021.
No Brasil, a educação é obrigatória a partir dos 4 anos de idade e, por lei, pelo Plano Nacional de Educação (PNE), o país já deveria ter universalizado essa etapa de ensino até 2016. Há um risco eminente de retrocesso de cobertura da educação infantil. Isso é real, tem sido alertado por especialistas. O papel central da escola, em especial da escola pública, é aumentar as oportunidades educacionais e impulsionar em especial as crianças em maior vulnerabilidade. Pesquisa da Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal (FMCSV), juntamente com o Itaú Social e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram taxas brutas de matrículas na educação infantil com queda entre 2019 e 2021, tanto na creche quanto na pré-escola. Os levantamentos de 2022 deverão mostrar se houve uma recuperação dessas matrículas seja no setor privado ou no público. Porém, é preciso entender que, para reverter os efeitos da pandemia, existe a necessidade de uma atuação coordenada de diferentes níveis, no federal, no estadual e nos municípios. A gente também precisa entender que cuidar da criança significa também cuidar de seus cuidadores, ou seja, das mães, que são a maioria.
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