O Brasil nunca está preparado para endemias, epidemias ou surtos. As nossas dimensões continentais impedem que ações eficazes consigam frear o avanço de determinadas doenças com rapidez. Mais uma vez estamos diante de uma situação de extrema gravidade, como aconteceu com a dengue, zika e chigungunya, doenças também transmitidas por vírus. A febre amarela, porém, é muito mais agressiva e pode levar à morte em poucos dias, como aconteceu com uma moradora do bairro Poço Grande. Se não estamos preparados para combater doenças de massa por questões técnicas e geográficas, no mínimo deveriam os médicos saber dar o diagnóstico correto. O que aconteceu no hospital de Gaspar foi um erro grave de negligência. Poderia a paciente ter morrido se tivesse recebido o diagnóstico no momento certo? É uma pergunta sem resposta, porém, a certeza é de que as chances dela sobreviver seriam bem maiores. Há, sim, de se responsabilizar quem deu o diagnóstico de enxaqueca, se realmente assim está descrito no prontuário ou na receita. O profissional não teve o discernimento de, no mínimo, investigar melhor o caso. Todavia, não se pode achar que está tudo errado no hospital de Gaspar a partir deste fato. A casa atende cerca de 3 mil pessoas por mês, salvando muitas vidas. Trata-se, portanto, de um caso isolado de imperícia médica, que acontece até em grandes hospitais, agora e é preciso identificar responsáveis, para que tal fato não se repita.
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