A violência contra a juventude preocupa, porém, as políticas públicas não conseguem conter o aumento dos índices, especialmente entre os jovens negros, pois são elas equivocadas. Representante da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Marlova Jovchelovitch Noleto, afirmou essa semana que o desenvolvimento de políticas públicas multissetoriais de proteção a jovens de 15 a 29 anos é mais que uma prioridade: é uma necessidade brasileira.
Tudo porque os últimos indicadores de Vulnerabilidade Juvenil à Violência, divulgados na segunda-feira (11) pela Unesco em parceria com a Secretaria Nacional de Juventude e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, reforçam esse ponto de vista. São os jovens de 15 a 29 anos, negros, moradores das periferias e das áreas metropolitanas dos grandes centros urbanos, as maiores vítimas da violência. Com base na análise das ocorrências de 2015, os pesquisadores também concluíram que, em 26 das 27 unidades da federação, a taxa de homicídios é maior entre as mulheres negras nesta faixa etária do que entre as mulheres brancas. Evidente que faltam ações amplas de cunho social onde os negros conquistem os seus espaços, e não simplesmente cotizar espaços em vários segmentos, atestando de vez a incapacidade do estado de criar oportunidades iguais para todos.