A cada período chuvoso, moradores e autoridades voltam a ficar apreensivos. As medições das barragens passam a ser atualizadas de hora em hora. Boletins meteorológicos são aguardados com ansiedade. O telefone da Defesa Civil não para de tocar. Essa é a realidade catarinense, mas poderia representar também o Brasil como um todo.
Isso se explica porque temos pouco investimento e, consequentemente, pouca infraestrutura para suportar tamanho volume de água. Seja pela consequência das enchentes ou enxurradas ou pelos desastres ambientais provocados pelos deslizamentos, parece que o poder público nunca estará preparado para enfrentar os extremos climáticos.
E não estamos falando de ventos de 200km/h, terremotos, tsunamis ou outros eventos mais severos. Qualquer volume de chuvas fora do normal faz um estrago irreparável. Pra se ter uma ideia, em 2012, o governo federal investiu R$ 4,2 bilhões em prevenções de desastres naturais. Em 2021, esse número não chegou a R$ 100 milhões. Foi o menor investimento nos últimos 11 anos, período em que foram registradas diversas ocorrências no território nacional.
Quando vemos notícias como o deslizamento que aconteceu na BR 376, entre Paraná e Santa Catarina, e as notícias sobre o Vale do Itajaí, entendemos o tamanho do atraso nessa área. A falta de prioridade tem graves consequências.