Todo o final de ano, a cena se repete. A Câmara de Vereadores de Gaspar correndo contra o tempo para limpar a pauta de votação. A sensação, para quem está do lado de fora, é que existe interesse por parte do Executivo para que alguns projetos deem entrada na Casa de Leis no "apagar das luzes" do ano legislativo, para que possam ser apreciados e votados sem muita análise ou discussão no plenário. O atual presidente do Legislativo gasparense, Ciro André Quintino, informa que existem cerca de 20 projetos tramitando na Casa, e outros ainda poderão dar entrada antes do recesso, que começa em 19 de dezembro.
Evidente que o interesse em colocar um projeto em votação "a toque de caixa" não é apenas do Executivo. Existem manobras regimentais, muito usadas pelos parlamentares, que ajudam a tornar o processo mais moroso, como por exemplo o pedido de vistas, muito comum quando trata-se de matéria polêmica. E isso não acontece apenas no Legislativo gasparense. A prática é disseminada pelos poderes legislativos do Brasil, seja ele municipal, estadual ou federal. Diante de situações como essa, fica mais evidente que é preciso repensar as leis e a forma de atuar dos nossos três poderes. Não é possível mais conviver com tanto desperdício de tempo e de dinheiro público. A reforma neste país, reproduzindo uma frase da década de 1980, precisa ser "ampla e irrestrita", acabando de vez com privilégios e subterfúgios que só atrasam o nosso desenvolvimento.
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