Se voltarmos no tempo, certamente a conclusão é que aquele lockdown, decretado em março de 2020 em todo o País, foi precipitado e deixou sequelas na economia. Todavia, os efeitos do coronavírus eram desconhecidos e falava-se que, em dois meses, a vida voltaria ao normal. Lembram? Meados de junho. Nada disso aconteceu, as previsões otimistas falharam. Aprendemos, nos meses seguintes que o vírus era muito mais devastador e letal do que imaginávamos. Não provocava uma simples "gripezinha", nem iria embora em dois meses.
Quase um ano depois, vários estados lutam bravamente para evitar justamente aquilo que provocou o lockdown de março de 2020: o colapso no sistema de saúde. No cenário atual faltam leitos, médicos, enfermeiros, vacinas e insumos, sobram pacientes nas portas dos hospitais. Tudo o que se imaginou, há um ano, ganhou proporções muito maiores, inimagináveis Nenhuma autoridade sanitária se arrisca mais a dizer quando a pandemia vai embora. Pode ser que tenhamos que conviver com ela por muitos anos, com as chamadas ondas. Pode ser que a máscara se torne um acessórios tão permanente quando a roupa que vestimos para sair à rua.
É tudo muito incerto, pois as incertezas não são apenas dos brasileiros, mas do mundo todo, de países que detém a tecnologia e produção das vacinas, que organizaram melhor e principalmente que encararam, desde o início, a pandemia com a ameaça que ela de fato representava. Hoje, os efeitos de todas os nossos erros estão nas UTIs dos hospitais e, mais de 250 mil nos cemitérios. A pandemia revelou fragilidades estruturais no nosso sistema de saúde, mas principalmente da dificuldade das pessoas de lidarem umas com as outras, num país onde sempre se exaltou a solidariedade.
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