Há, no mínimo, 20 anos se discute em Santa Catarina a concessão das rodovias à iniciativa privada. Com a aceleração da crise econômica, que tem obrigado o corte de despesas em áreas vitais como as da Saúde e Segurança Pública, o Governo Raimundo Colombo reabriu a discussão, evidentemente que deixará para o seu sucessor a missão de entregar ou não à iniciativa privada a administração de parte dos mais de 5 mil quilômetros de malha viária pavimentada no Estado. Pelo cronograma do governo, uma das primeiras rodovias a integrar o pacote de concessões será a Jorge Lacerda (SC-412), que vem passando por uma revitalização ao custo de mais de R$ 33 milhões. Depois de restaurada, a rodovia precisará de manutenção, ou todo o investimento será sucateado em pouco tempo. Hoje, de acordo com o portal de compras do Governo do Estado, são gastos, em média, R$ 4.603,00 por ano para se manter 1km de rodovia em condições de trafegabilidade, dinheiro que o governo poderia investir em outras áreas. Portanto, a decisão de transferir a manutenção das rodovias para a iniciativa privada e, indiretamente, para o bolso do contribuinte é acertada. Todavia, o serviço precisa ser de qualidade, priorizando segurança e rapidez. Hoje, a mobilidade é um dos maiores problemas dos governos. O elevado custo logístico atrapalha a competitividade dos nossos produtos em relação a outros países, além da falta de segurança que se observa nas estradas catarinenses. Portanto, o cidadão não se importa de pagar pelo serviço - já faz isso em outras áreas - porém quer ser bem atendido.