Definitivamente está errado. "Façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço". O dito é antigo, e se encaixa perfeitamente em mais uma lambança do governador Carlos Moisés, admitida por ele mesmo. Não bastasse a compra dos respiradores e o hospital de campanha em Itajaí, ambos sob investigação da CPI, o governador se meteu em uma situação, no mínimo, constrangedora ao ser fotografado em um evento, em Gaspar, sem o uso de máscara. Evidente que a opinião pública cometeu alguns exageros, mas um líder, que há dois meses vem pedindo para as pessoas ficarem em casa e usarem máscara, não pode se dar ao luxo de se expor dessa maneira. Todo o trabalho feito até aqui, e diga-se de passagem é elogiável, pois Santa Catarina tem um dos menores índices de COVID-19 do País, corre o risco de perder a credibilidade.

O governador, que tantas vezes foi criticado por não atender a prefeitos e lideranças empresariais, durante a pandemia, agora se vê envolvido em uma situação dessas. Moisés pode ir aonde bem entender, tem o seu horário de folga e lazer, mas nunca deve esquecer que é governador 24 horas e, assim deve se manter, O episódio virou assunto estadual e, os mais exaltados, já acham que não vale mais a pena manter as regras de segurança. Aí já é exagero. O governador cometeu, sim, um deslize, mas o trabalho de combate ao novo coronavírus deve continuar, pois estamos nos aproximando do "pico" da pandemia. Ainda não é hora dançar a quadrilha nem pular fogueira.