Por muitos anos, os políticos protagonizaram no Congresso Nacional uma verdadeira farra das emancipações. O [apice foi após a promulgação da nova Constituição, em 1988. Num espaço de menos de dez anos, criou-se cerca de 1.500 novos municípios no Brasil. Alguns em precarissímas condições financeiras e estruturais, realidades que persistem até hoje. A sobrevivência destes municípios se deu graças ao Fundo de Participação dos Municípios, que usa critérios bastante flexíveis para distribuir o bolo tributário. Assim, alguns municípios passaram a viver unicamente da transferência de recursos da União e estados. Hoje, num debate bastante atual, os municípios e a União discutem o chamado Pacto Federativo, que seria a transferência maior de recursos para os municípios, pois são as prefeituras que precisam atender as necessidades mais urgentes dos cidadãos. Essa demanda é até pertinente, mas antes de se chegar a essa discussão é preciso discutir a própria existência de mais de 700 municípios, que nada produzem e praticamente nada arrecadam, mas que mantém funcionários e dois poderes - legislativo e executivo - às custas do nosso dinheiro. Aliás, dinheiro que poderia estar sendo aplicado na saúde, educação, segurança e etc. A proposta é pertinente e merece ser discutida com toda a socidade, pois são novos tempos.