É indiscutível que a corrupção é sistêmica no Brasi. Organizações criminosas agem, há muitos anos, dentro da administração com o objetivo de angariar dinheiro e favores políticos. Em toda a negociação existe sempre um percentual a ser repassado para determinada pessoa ou partido político. A roubalheira é tão institucionalizada, que as empresas prestadoras de serviço incluem, disfarçadamente, o percentual da propina no orçamento. Essa passou o ser a regra do jogo.
Por isso, a dificuldade da Polícia Federal e da Justiça em desnudarem esse enorme esquema de corrupção que se instalou no Brasil. E por haver tanta gente comprometida, existe muita dificuldade em se criar leis rígidas contra a corrupção. Os parlamentares jamais vão aprovar regras que possam prejudicá-los, pelo contrário, querem é a anistia. As medidas contra corrupção, elaboradas pelo Ministério Público vem esbarrando no corporativismo. Exemplos disso são a punição de juízes e membros do Ministério Público por crime de responsabilidade, o decreto de prisão preventiva antes da condenação e sem prazo para a soltura, o uso de provas ilícitas e alterações relativas aos chamados recursos protelatórios (usados para retardar decisões judiciais). Todos eram itens que haviam sido incluídos no projeto de lei e depois retirados. Mesmo assim, a votação foi adiada. Portanto, se não houver uma vigilância e até um movimento da sociedade é provável que essa seja mais uma tentativa frustrada de moralizar a administração pública.
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